Este ilustre blogueiro resolveu voltar às
atividades (sei lá por qual vez), após alguns meses de turbulências e
reestruturação pessoal. E quero voltar falando de um tema um pouco mais
intimista do que habitualmente escrevo, falar de relacionamentos.
Muitos relacionamentos acabam fracassando pela
cobrança excessiva. Buscamos transferir para o outro aquilo que sempre
idealizamos como "perfeição". Queremos que o outro seja uma cópia
exata dos nossos anseios e desejos, puro egoísmo, e aí fechamos os olhos sobre
os sentimentos e características do outro, não enxergamos a diferença, e aquilo
que foge aos nossos padrões.
Meu caro amigo leitor, lamento te dizer, mas você
não encontrará ninguém perfeito, e se você desistir de seu relacionamento por
causa das diferenças, aí é bem provável que ao se relacionar novamente, você
encontrará novos problemas. Se é que existe, o segredo de um
relacionamento saudável é não exigir que o outro mude, é se adaptar
as diferenças e aprender a lidar com isso. Levando como maior peso, as
características que fizeram você se aproximar do parceiro (a).
Ora bolas, qual o problema se você gosta de Fruki
gelado e ela de Suco de Limão? Se você gosta de assistir um filme de suspense e
ela de comédia romântica? Qual o problema se ele é daqueles caras que
falam eu te amo todo dia? Ou que manda flores para você no seu trabalho? E se o
modo dele te amar é passando a maior parte do tempo dele com você? E se a forma
dele demonstrar que te ama é cuidar de você, mesmo você não precisando ser
"cuidada", pois sempre soube se cuidar muito bem?
Infelizmente às vezes sufocamos um relacionamento
com tantas cobranças, deixamos de valorizar o modo como o outro nos ama,
queremos que alguém nos ame exatamente como amamos. Esquecemos que o amor não é
uma teoria singular, não tem uma definição única. Amor é algo particular, cada
um ama de um jeito e exterioriza o que sente de forma diferente. E aí, nosso
egoísmo enquanto humanos, acaba não permitindo que a gente consiga aproveitar a
maravilha que é, conviver com o outro, aprender com o outro.
A gente precisa aprender a linguagem do amor, mas
não a do "nosso" amor, mas do amor do outro, entender como o parceiro
ou a parceira nos ama, qual a sua maneira de amar. E, quando a gente entende
isso, o amor se torna mais leve, se torna mais bonito porque descobrimos o
novo. E então, às vezes assim sem querer, melhoramos muita coisa em prol do
outro não porque ele ou ela nos pede incessantemente, mas porque queremos.
É
fácil? Com certeza não, mas o amor é um
aprendizado constante, é uma escolha diária. O amor é simplicidade.
Relacionamento baseado em cobranças acaba se desgastando e o amor perde sua
finalidade. Precisamos saber reconhecer o novo (e temos dificuldade de aceitar
isso) valorizar a pessoa com quem nos relacionamos, saber lidar com as
diferenças exige maturidade. E isso passa pela nossa capacidade de compreender
o outro, valorizar o outro, "ceder", muitas vezes, é uma forma
inteligente de "avançar"
Em suma, queridos amigos, não é o amor que sustenta
um relacionamento, é o modo de se relacionar que sustenta o amor