segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Frase do Dia

"Esta na hora de passar as coisas a limpo"

Eike Batista - Presidiário

Amizades...sabores e dissabores!!!

Das colunas sociais e páginas de economia para os registros policiais, O empresário e "modelo de sucesso" de 9, em cada 10 brasileiros, Eike Batista viu seu "Castelo de cartas" ruir ao vincular seus negócios a políticos (políticos esses, da pior espécie, diga-se de passagem). E jamais imaginaria que suas relações com Lula, Dilma e, principalmente, com Sérgio Cabral terminariam com um mandado de prisão contra ele.
Isso tudo apenas dois meses depois da prisão do ex-governador do Rio de Janeiro. Cabral foi indiciado na Lava Jato e preso preventivamente por suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Eike é suspeito de pagar propina de US$ 16,5 milhões ao ex-governador usando bancos estrangeiros. E essa acusação fez desmoronar toda a reputação do até então, exemplo de sucesso financeiro, o tornando um fugitivo da Interpol. 
A amizade entre Eike e políticos ligados ao governo federal e estadual do Rio de Janeiro começou por volta de 2005 ou 2006 mais ou menos (lembremos: o Mensalão já era de conhecimento público, portanto, Eike não pode alegar que não sabia das falcatruas de seus novos amigos). Como dizia meu pai: Eike quis juntar "a fome com a vontade de comer", o empresário acreditou que, se juntando com o governo, conseguiria expandir ainda mais os seus negócios, sem o risco de ser incomodado por Receita Federal, Policia Federal, etc.
O pensamento de Eike começou a se materializar em um café da manhã na mansão do empresário no Rio, local onde, na semana passada, agentes da Polícia Federal tentaram prendê-lo. Foi nesse amistoso e farto café da manhã, que Eike começou seus laços com o governador Sérgio Cabral (que hoje sabemos que foi uma aposta errada do empresário).
Nessa época, Sérgio Cabral precisava de um financiador com a carteira recheada; Eike precisava de um político que pudesse resolver eventuais entraves que atrapalhassem os seus negócios. Cabral recebeu R$ 400 mil de Eike e venceu a eleição. Estava consolidada a aliança.
Já no poder, segundo a jornalista Malu Gaspar no livro "Tudo ou Nada — Eike Batista e a verdadeira história do Grupo X": “Cabral franquearia os gabinetes do governo à Eike”. E quando se encontrava com qualquer dificuldade, “bastava (ao empresário) recorrer ao governador, que pegava o telefone imediatamente e emitia uma ordem a algum subordinado resolvendo a situação”. Um exemplo disso? Cabral ordenou que o secretário de Meio Ambiente, Carlos Minc, desse prioridade absoluta ao projeto do Porto de Açu, que necessitava com urgência de licença ambiental. E assim foi feito.
Dai para entrar no esquema da "Lava Jato" foi apenas um "pulo". Eike passou a ser usado como "garoto propaganda" do Brasil "Empreendedor" que os governos Lula/Dilma tentaram "vender" para a sociedade brasileira e para o mundo. Apenas mais uma das ilusões que foram propagadas durante esse período e que, como podemos constatar, nada mais foi do que um grande golpe na economia do País.
Eike deveria escolher melhor suas amizades, principalmente para onde está indo agora. Se bem que,no presidio, as amizades sejam um pouco mais "honestas".

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Frase do dia

"Tudo é amor. Até o ódio, o qual julgas ser a antítese do amor, nada mais é senão o próprio amor que adoeceu gravemente"

Andre Luiz - Autor do livro "Nosso Lar" que foi psicografado por Chico Xavier

Perguntar será que ofende?

Quem avisou o Eike de que ele seria preso???

Oportunismo na tragédia

As pessoas mais próximas a mim, sabem que minha mãe faleceu vítima de um AVC , portanto, tenho uma relação muito dificil quando se trata de abordar um tema que envolva essa questão. Pensei bastante antes de escrever essa postagem, mas os absurdos que tenho lido/ouvido durante esta semana, me fizeram tomar a decisão de escrever.

Na última terça-feira, dia 24/01, a senhora Maria Letícia da Silva, esposa do ex-presidente Lula foi internada no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, vitima que foi de um AVC. Até ai trata-se de um drama familiar, envolvendo a família do ex-presidente e que não caberia a nenhum de nós opinar ou debater sobre isso, apenas orar para que a ex-primeira dama possa se recuperar deste acidente, que ao que parece, é muito grave e ela corre risco de morte.

Bem, mas no Brasil, as coisas não são bem assim. Bastou que os microfones da imprensa se direcionassem à porta do hospital, para que o presidente do famigerado "Instituto Lula" Paulo Okamotto, declarar que a "culpa" do estado de saúde da esposa de Lula era da Operação "Lava Jato". Nas palavras de Okamotto (que ainda não sei o motivo de não se encontrar preso): "As pressões que D.Marisa vinha sofrendo dessa operação mentirosa...". Ora, não duvido que as pressões das investigações tenham levado a senhora Marisa a sofrer o AVC, porém, tentar usar essa tragédia pessoal para desviar o foco e tentar desqualificar uma operação que vem "desnudando" toda a sujeira do maior esquema de corrupção do mundo, não é nada mais do que uma grande canalhice.

Desejo, sinceramente, que a senhora Lula da Silva consiga se recuperar. bem como, eu desejo que a operação "Lava Jato" vá bem mais a fundo e puna, quem tiver que punir, independente de partido político e de implicações de saúde. Só lembrando, Marisa Letícia também fez parte desse esquema criminoso.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Frase do Dia

"Dare er at miste sin balance øjeblik. Ikke vove er at miste sig selv" (Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se)

Soren Kierkegaard - Filosofo e Teólogo Dinamarquês


Equilibrio

Quero compartilhar com os amigos o que tenho sentido e buscado ultimamente, e o que começo a ver agora quando eu olho para o espelho e o que sinto quando eu viajo para dentro do meu eu, da minha alma. Um processo tão interessante, quanto necessário.

Finalmente compreendi qual é a necessidade de atingirmos um estágio de equilíbrio, nada tem a ver com estar a chamada "vida ganha" (bom emprego, bom salário), mas é saber quem você, o que de fato, você quer da sua vida. É você buscar se conhecer e saber qual lado rege sua vida. 

Um lado maldoso que vê recompensas em tudo, talvez um lado desesperado que não enxerga solução em nada ou talvez um lado tão passivo que nada de novo acontece.

O equilíbrio na verdade é um tempero em nossa vida, tem que ser dosado cuidadosamente, ele tem que existir, mas na quantidade que irá dar o sabor para cada ocasião. Não abrir mão de nada, mas aprender a conviver com o seu todo.

Mas infelizmente, assim como os temperos o equilíbrio não se consegue comprar em prateleiras de qualquer pequena mercearia, e para alcançá-lo é necessário fé e auto-conhecimento, estudos e orações.

Sei que não estou  equilibrado ainda, mas tenho absolutamente certeza, que logo estarei.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Enfrentando os medos

O medo é parte integrante de nossa vida, é necessário inclusive para que possamos nos proteger de determinadas situações que possam nos prejudicar. Porém, o medo exagerado, ele te aprisiona, atrapalha projetos profissionais, pessoais, familiares e afetivos. O medo que aprisiona nos torna refém dele e acaba fazendo com que tenhamos bloqueios. Verdadeiros "muros" emocionais, que nos impede de conquistar a felicidade.


Ao nascer , nos trazemos conosco o medo de cair, o medo do escuro, o medo do desconhecido. Os demais medos são adquiridos durante a vida. Mas ora bolas, se eles são adquiridos é possível se livrar deles também, desde que a gente enfrente esses medos ou procure ajuda com profissionais especializados, sejam psiquiatras ou psicólogos.


Como eu escrevi antes, existe um medo que é positivo, porque nos alerta e nos protege. Desde muito pequenos recebemos uma carga de informações que muitas vezes nos colocam medos. Os pais utilizam a placa de amedrontar os filhos, porque esta é uma maneira (errada, é verdade), de impedi-los de fazer certas coisas. Eles esquecem que podem estar criando um problema para o resto da vida dos filhos. Este medo poderá acompanhá-los por toda a vida, impedindo-os de serem bem sucedidos. Chegando, inclusive, a causar traumas irreversíveis.



Algumas crianças adquirem medos diversos como: medo do escuro, medo de relâmpago, medo da policia, medo de ficarem sozinhas, medo de serem abandonadas, medo do castigo enfim coisas que os pais acabam contribuindo muito para que aconteça. O resultado não será positivo. Muitos destes medos atrapalharão muito o progresso e o crescimento dos filhos.

Há ainda o medo que muitas pessoas têm da morte. É um medo irracional que impede uma vida tranquila. O princípio da vida é nascer, crescer e se desenvolver, e morrer. É preciso aceitar este fato e procurar viver bem enquanto tiver vida. De nada adianta ter pavor da morte e viver infeliz. É sofrer por antecipação. Para aqueles que vivem bem, que praticam a caridade e respeitam o seu semelhante este medo é infundado.

O medo traz insegurança e impede a espontaneidade. No trabalho é comum perceber o colaborador que é tímido e inseguro, por causa de seus medos. Deixa de ser proativo porque não acredita que suas ideias possam ser aceitas. Há uma negação das suas próprias virtudes. Esquecem eles que foram contratados para contribuir, para transformar e para evoluir. Mas para que isto aconteça é preciso que sejam ousados e confiantes.

Este artigo visa contribuir com todos aqueles que já identificaram que o medo é o que atrapalha as suas vidas. Não esperem mais. Procurem um profissional que possa ajudá-los a se libertarem deste terrível inimigo.

Eu prefiro acreditar que, independente do medo, se ele foi adquirido por experiências ruins que tivemos, ele também pode ser superado com coragem, com vontade e com determinação. Não é fácil, mas é necessário. Caso deixemos o medo nos dominar, poderemos abrir mão de buscarmos ser felizes, por ter medo de tentar essa felicidade. Eu tenho muitos medos, mas busco enfrenta-los todos os dias para não me tornar refém desse sentimento.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Frase do Dia

"Mai perdere di vista il punto di partenza" (Nunca perca de vista o seu ponto de partida)

Santa Clara de Assis

Quanto mais governo, menos cidadão!

Eu realmente não gosto de reclamar de governo. Acredito que é uma enorme perda de tempo e desgaste fazer isso.  E também acredito que não se trata de uma atitude inteligente. Estou convencido de que é muito mais proveitoso ignorar toda a bagunça e imoralidade e se concentrar em coisas melhores e mais produtivas. Mas não tenho como ficar quieto quando observo alguns disparates que são cometidos por grupos que foram, durante anos, tutelados pelo Estado e que começam a perceber que o pensamento da maioria da população já não aceita mais isso. 
Falo de uma parcela de organizações de sociedade ainda se encontra emocionalmente acorrentada ao Estado, e (a menos que você trabalhe para o governo e tenha um alto salário, ou seja um grande empresário que obtenha subsídios e privilégios protecionistas do governo (em ambos os casos, você se deu bem), creio que é válido demonstrar o quanto é danoso esse relacionamento "promiscuo" com o Estado.
Dessa forma, vou escrever sobre algo que não recordo ter visto em nenhum outro lugar. Começarei pelo "o quê" e avançarei para o "por quê". E dai posso iniciar um debate que, espero, seja bastante reverberado na sociedade. Ao longo desses quase 30 anos de vida política (nossa, como o tempo voa) tenho observado uma situação que se apresenta de formas díspares, mas que vem permeando a vida politica da sociedade brasileira, mas qual é essa situação?
A situação é a seguinte: "Quanto mais o governo está envolvido na vida das pessoas, piores essas pessoas se tornam".
O exemplo mais claro disso, certamente, é o da "classe" (que tal dizer "classes") dependente do assistencialismo estatal, grupo de pessoas cujas vidas dependem quase que inteiramente do dinheiro repassado pelo governo. E que acabam usando esse dinheiro para atacar as próprias ações do Estado (ou defende-las), conforme a sua "comodidade" política e ainda se arvoram a denominar-se "representantes do povo" (mesmo que esse "povo" nem faça idéia dessa "representação"). Como esses "representantes" se mantem através (em sua maioria) de recursos públicos, acaba que, uma grande quantidade de recursos deixam de ser investidos em necessidades bem mais básicas da população.
Em quase todas as cidades, os bairros mais pobres e violentos são aqueles que têm a maior porcentagem de pessoas dependentes do governo. Ah, mas alguns "ideólogos" de boteco certamente vão protestar dizendo que primeiro veio a pobreza e depois, só depois, veio a ajuda do governo.  Isso é uma grande falácia, essa afirmação serve apenas para ofuscar uma verdade muito mais importante: tornar adultos dependentes do governo é algo que, inevitavelmente, degrada a moral, a ética e a autoestima dessas pessoas.
Já que estou falando de minhas observações, acrescento que, sim, já estive em contato próximo com muitos "bolsões de pobreza" e com pessoas permanentemente dependentes do governo durante a minha vida, não estou falando apenas por falar, falo pela quantidade de experiências que venho adquirindo nesses anos todos. Eu já tive amigos que fugiram de atrozes projetos habitacionais implantados pelo governo. Portanto, não estou apenas repetindo e reciclando as opiniões de terceiros, estou falando pelo acumulo de experiências que venho adquirindo durante todos esses anos (não quero em nenhum momento me colocar como "detentor" da verdade, apenas expresso minhas opiniões).
Viver de repasses do governo não é apenas degradante; quando você tenta escapar desse ciclo vicioso é severamente punido. Se você é dependente do assistencialismo e então começa a trabalhar um pouco, seus repasses poderão ser cortados imediatamente. Sendo assim, a não ser que você tenha um emprego realmente bom à vista (e quantas pessoas realmente conseguem, né?), esqueça a possibilidade de abandonar o sistema. Você será "punido" não somente pelo Estado, mas também pelos outros usuários das benesses do sistema.
Esse tipo de vida dependente, destrói a dignidade, a autoestima, a capacidade de ter opinião própria, os bons modos e muito mais. Se você quisesse arruinar um grupo de pessoas, você as tornaria dependentes do assistencialismo, com aumentos contínuos, porém módicos, no valor das bolsas e os as aglomeraria em locais de alta densidade. Foi o que vi acontecer durante toda a minha vida. Mas não é somente com os pobres que isso ocorre.  Existem pessoas da própria classe média que estão agora vivendo de assistencialismo ou encostadas no seguro-desemprego. Estas também estão sendo degradadas.  E isso ocorre em todos os continentes, não somente aqui no Brasil.
Poucos anos atrás, vi em uma grande capital brasileira e era traumatizante ver quantas pessoas totalmente capacitadas não queriam nem saber de trabalhar, que não queriam mais abrir mão do que já usufruíam. Uma gama de benefícios assistencialistas suficientes para sobreviver. Em dos bairros que morei, nesta mesma cidade, existia uma enorme gama da população que não tinha o menor pudor em viver das benesses do assistencialismo do estado e quando essas benesses ameaçaram ser tiradas, o "escândalo" foi geral e barulhento.
E viver do assistencialismo realmente degradou os bons modos dos mus vizinhos de bairro. Você dificilmente acreditaria na quantidade de fezes caninas que emporcalhavam as calçadas (as vezes até mesmo, fezes humanas). Era difícil caminhar sem ter seu sapato "premiado". As pessoas simplesmente não se importavam em recolhê-las. Adicionalmente, assaltos e roubos de bicicletas eram coisas endêmicas.  E tudo isso em um "bairro decente", em uma cidade "de primeiro mundo". A pior coisa para o ser humano é depender de migalhas que o Estado lhes dá, sem sombra de dúvidas, isso é a "morte" moral do individuo.
O ser humano foi criado para sonhar, realizar e prosperar. Quando essas coisas nos são dadas, sem que tenhamos de nos esforçar para obtê-las, é algo que nos apequena enquanto cidadão, enquanto ser humano. Quando vivemos uma vida de dependência, jamais aprendemos a superar as nossas limitações, a sermos melhores. Com efeito, nas culturas que prezam a dependência (como a nossa, por exemplo), tentativas de auto-aperfeiçoamento são vistas com rancor, causam inveja e são punidas e, muitas vezes, de forma violenta. Vide o caso das manifestações contrárias aos cortes de regalias e benefícios que são realizadas no País, escondidas atrás da pecha de que são: "garantias de direitos".
O próprio envolvimento do governo na "educação" é um "crime" contra as escolas: as crianças são forçadas a relacionamentos inescapáveis. E isso vai afetando a formação das crianças, elas começam a desenvolver uma personalidade dependente das ações estatais. Pergunte aos pais que optaram pelo regime de homeschooling (educação escolar em casa); Eles não terão dúvidas em afirmar que maioria dos maus hábitos que seus filhos adotaram são consequência do período que permaneceram em contato com outras crianças em escolas públicas. Um arranjo de integração forçada é simplesmente um péssimo plano para quem deseja saúde e o progresso humano.
Quero terminar dizendo que a maior  conclusão que tirei ao longo desses vários anos de observação e trabalho é que, quanto mais o governo se envolve na vida das pessoas, pior é a conduta que elas adotam e passam a demonstrar abertamente.  A situação é terrível. As pessoas perdem a ambição, a vontade própria, o desejo de se aprimorarem e perdem os bons modos. (sei que não estou sozinho nesta opinião, muitos concordam com ela).
Existem exceções? Obvio que sim e provavelmente há milhares. Ainda bem. Mas, no final, a seguinte afirmação continua sendo, infelizmente, verdadeira:
"O assistencialismo do governo é uma maldição para aqueles que dele dependem. O assistencialismo degrada as pessoas e as tornam piores, e não melhores"
Triste constatação!

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

O que faz (ou deveria fazer) um vereador?

No ano passado (nossa, como o tempo passa), a população brasileira foi chamada para escolher seus representantes municipais (prefeitos e vereadores), foram escolhidos mais de 5 mil prefeitos e outros 57 mil vereadores em todos os municípios do Brasil. Foi um embate duro, mais curto, porém, não menos emocionante e disputado.

Mas, uma pergunta ecoa na minha cabeça e resolvi escrever sobre isso também (aliás, como faço com tudo que me causa algum tipo de inquietação): Será que sabemos qual o papel desses representantes? Afinal, você sabe o faz um vereador? Quais poderes ele possui e quais ele não possui? Vou tentar esclarecer algumas dessas questões e tentar contribuir para uma maior informação aos amigos deste blog. Ao final deste texto, espero que você possa saber exatamente como deve agir um vereador e o que você como cidadão pode esperar e cobrar dele.

Como integrante do Poder legislativo municipal, o vereador tem como função primeira, a de representar os interesses da população perante o poder público. Esse é (ou pelo menos deveria ser) o objetivo final de uma pessoa escolhida como representante do povo, na função de vereador. Mas como um vereador pode representar, na prática, os eleitores? 

Pode-se dizer que a atividade mais importante do dia a dia de um vereador é legislar. O que significa isso? Podemos entender pelo verbo "legislar" todas as ações relacionadas ao tratamento do corpo de leis que regem as ações do poder público e as relações sociais no nosso país e, no caso especifico do vereador, as leis referentes ao município para o qual ele foi eleito e onde é a sua base de atuação.

O Brasil tem como tradição fazer a regulação de assuntos importantes para a vida em sociedade por meio de leis escritas, seguindo princípios que remontam ao chamado "Direito Romano". É por isso que temos uma Constituição grande, com centenas de artigos, parágrafos e alíneas. E não não é só isso: A Constituição serve apenas para guiar as leis “menores”, mais específicas, que dizem respeito a uma grande variedade de assuntos. Ainda existem as constituições estaduais, as leis orgânicas municipais e uma série de outros mecânicos de regulação social.
Dessa forma, podemos citar como ações típicas que estão ao alcance de um vereador criar, extinguir e emendar leis, da maneira que ele julgar que seja mais adequada ao interesse público ou aos interesses de sua agremiação política ou de seu eleitorado.
Certo, já entendemos que o vereador é um agente do poder legislativo municipal e tem a competência para cuidar de leis municipais. 
Essa é a primeira informação importante que eu quero que você esteja atento na hora de escolher o seu candidato: Um vereador não pode prometer nada que seja fora fora da alçada municipal. Ele simplesmente não terá competência para tratar sobre assuntos que digam respeito a mais de um município, ou a um estado inteiro, ou mesmo ao país inteiro. Cuidado com isso, pois vi nesta campanha, muitos candidatos à vereador "prometendo" coisas que não tem nenhuma competência para realizar.
Vou listar aqui algumas atribuições que podem ser de competência de um vereador:
  • Mudança, criação ou extinção de tributos municipais;
  • Criação de bairros, distritos e subdistritos dentro do município;
  • Estabelecer o chamado perímetro urbano (a área do município que é urbanizada);
  • Sugerir nomes de ruas e avenidas;
  • Aprovar os documentos orçamentários do município;
  • Elaborar, deliberar e votar o Plano Diretor municipal;
  • Aprovar o plano municipal de educação;
  • Estabelecer as regras de zoneamento, uso e ocupação do solo;
  • Determinar o tombamento de prédios como patrimônio público, preservando a memória do município
Ainda tem um detalhe importante: fique de olho em quais tipos de propostas são feitas pelo seu vereador. Não adianta um candidato prometer que vai criar leis que obviamente se chocam com as leis dos Estados, da União e da Constituição. Muito provavelmente esse projeto de lei nem será considerado dentro da câmara de vereadores. E muitas dessas leis nem chegam a ser apreciadas em plenário, pois são "barradas" na comissão de constituição e justiça da casa ou em outras instancias. 

Bom, mas as atividades de um vereador não se restringe apenas a tratar de leis municipais, cabe ao vereador o papel de fiscalização das ações e das medidas tomadas pelo prefeito municipal (o que é fundamental para o exercício pleno da democracia e garantia da independência dos poderes). O ato de fiscalizar torna mais equilibradas as ações do poder executivo. Isso é essencial para que o poder do prefeito não se torne tão grande que o deixe acima da lei, como um monarca ou um ditador.
É por isso que a lei prevê expressamente alguns deveres importantes dos vereadores em relação à prefeitura, como:
  • Fiscalizar as contas da prefeitura, de forma a inibir a existência de obras superfaturadas e atrasadas;
  • Fiscalizar e controlar diretamente os atos do Poder Executivo, inclusive da administração indireta (por exemplo, visitar órgãos municipais e fazer questionamentos por escrito ao prefeito, que é obrigado por lei a prestar esclarecimentos em até 30 dias);
  • Criar comissões parlamentares de inquérito;
  • Realizar o chamado controle externo das contas públicas, com ajuda do Tribunal de Contas do Estado ou do Município responsável.
Existem algumas coisas que um vereador, durante a sua campanha, deve ou não fazer (ao menos no que diz respeito aos aspectos legais de seu cargo).
Um candidato a vereador pode prometer coisas como:
  • Fazer mudanças na lei orgânica do município;
  • Propor a criação de novos tributos, a extinção de tributos existentes ou mudanças nos tributos do município que sejam benéficas para a população;
  • Fazer mudanças importantes na lei do município relacionada à Educação.
O que um candidato a vereador não deveria prometer:
Todas as promessas a seguir não estão ao alcance dos vereadores do nosso país. Mesmo assim, elas são feitas corriqueiramente em qualquer eleição municipal. Elas são coisas que o Poder Executivo deve fazer, ou então cabem ao governo estadual. Veja:
  • Terminar a obra de uma rua ou uma escola;
  • Melhorar o serviço de coleta de lixo do município;
  • Implantar escola em tempo integral;
  • Aumentar o número de vagas na rede de educação;
  • Criar centros de arte e cultura;
  • Reforçar o policiamento em certos bairros.
Veja que isso tudo é o que diz a legislação do cargo, mas infelizmente, não é bem isso que acontece. Na hora de concorrer, cada um promete aquilo que o eleitor quer ouvir (por isso que digo que o principal responsável pelo mal político, acaba sendo o eleitor que escolhe seu candidato de forma pessoal e procurando atender aos seus próprios interesses. Alguns podem dizer que este texto deveria ter sido postado durante o período eleitoral, pode ser que tenham razão, mas espero que essas informações sirvam para que cada eleitor passe a fiscalizar o trabalhos dos vereadores de uma forma bem mais atenta e sabendo das reais atribuições que cada vereador possui.


O Brasil e a 4ª Revolução Industrial

Eu já escrevi aqui no blog alguns textos falando sobre a 4ª Revolução Industrial (provocado que fui pela incessante busca de respostas por parte de minha parceira Mauren Mello), abordei aspectos das primeiras revoluções industriais, suas características e uma possibilidade de consequências deste processo no desenvolvimento da humanidade. Assistindo uma matéria no "Fantástico" no último domingo sobre como o Japão vem adotando robôs na área de serviços (restaurantes e hotelaria), resolvi escrever um texto falando  um pouco sobre esse processo aqui no Brasil, como o País está preparado (?) para se inserir nesse processo e as particularidades que este fenômeno humano interfere no cotidiano de nosso País. 
O Brasil se dispôs a construir um sistema de ciência e tecnologia que se caracteriza pela quase excelência, do ponto de vista dos padrões conhecidos nos países em desenvolvimento,  onde o País se encontra no momento, inclusive não ficando a dever, em certas áreas de pesquisa, quase nada aos países desenvolvidos (que possuem muito mais cultura e investimentos do que os Países com as características do nosso País).
A questão é que o desenvolvimento do Brasil não é nada bom no que se refere à transposição das descobertas, inovações e resultados do saber científico para o campo da pesquisa aplicada e no terreno prático de suas derivações tecnológicas e industriais mais imediatas ou seja, o disparate existente entre aquilo que é pesquisado, estudado e descoberto, está longe de ser colocado em prática e fazendo parte do cotidiano da sociedade brasileira.
Essas deficiências resultam de uma insipiente cultura patentária e de um preconceito ainda enorme na academia (graças ao bom Deus, cada vez menos influente) contra aplicações mais práticas da pesquisa científica. É impressionante como alguns acadêmicos tem verdadeiro "pavor" que determinadas pesquisas sejam aplicadas no dia a dia. Mesmo assim, é possível dizer que os resultados já alcançados nessa área, inclusive a partir da “marcha forçada” em direção dos últimos gargalos nos ramos intermediários e de insumos, bem como os investimentos estatais em alguns setores de ponta, oportunamente revertidos ao setor privado, permitem classificar o Brasil como uma economia industrializada e plenamente inserida na terceira revolução industrial. (vejam aqui o atraso em que nos encontramos)
Mas, esse “acabamento” relativamente satisfatório do processo industrializador no Brasil está sendo ameaçado, justamente, pelos novos processos, métodos e materiais inéditos que estão emergindo como resultado da revolução da nanociência e da nanotecnologia aplicadas ao complexo e diversificado setor industrial ou manufatureiro. Como nossa inserção na 3ª Revolução Industrial ainda é recente e não tão solidificada como podemos pensar.
De fato, a nanociência permite, impulsiona e praticamente obriga à geração de conhecimentos avançados, que se revelam convergentes em vários setores da arte e do engenho humanos, em biotecnologia, nos novos materiais, na instrumentação técnica, assim como nas próprias formas de organização social da produção e do trabalho humano. A nanotecnologia, por sua vez, leva, quase que naturalmente, ao surgimento de novos ramos industriais e de novos mercados que, ao configurarem um novo padrão, superior, de produção fabril e manufatureira, não tardarão a se impor, doravante, como a mais nova fronteira da civilização industrial, um paradigma incontornável de concepção, desenho e fabricação de novos produtos e insumos que modificarão, de forma substancial e irremediavelmente, as características da sociedade atual, incluindo ai, aquilo que foi objeto da matéria citada anteriormente no texto.
As tendências que já apontam para uma situação de ruptura tecnológica e de mudança profunda na configuração de procedimentos industriais afetarão a produtividade relativa das indústrias, o jogo das vantagens comparativas entre os países, bem como a própria composição do comércio internacional, condenando os países que não se alinharem aos novos padrões a perdas gradativas de competitividade ou até mesmo à esclerose precoce de parques industriais inteiros. Isso se torna extremamente preocupante para nós, brasileiros, quando observamos nosso comportamento social em relação à essas transformações (nossas leis trabalhistas ultrapassadas, nosso comportamento paternalista em relação ao trabalho e o nosso "capitalismo estatal" (uma aberração econômica, onde os empresários buscam no governo, uma "segurança" para poder tocar seus negócios)
Não é nenhum absurdo em dizer que: o lado científico e o lado prático da nanotecnologia vieram para alterar definitivamente velhos padrões industriais e correntes tradicionais de comércio internacional. Quero deixar uma coisa muito clara aqui: Aqueles países que não se incorporarem ou não se adaptarem ao novo paradigma correm o sério risco de ficarem alijados dessa nova faceta da civilização industrial emergente. E isso pode significar um "abismo" social, econômico e cultural sem precedentes na história humana.
Trata-se, portanto, de uma questão de sobrevivência e de preservação dos níveis de bem-estar. É inadmissível que nada seja feito para evitar que o Brasil se torne um País "obsoleto" em relação a essa nova concepção de sociedade.
Não é a toa que os níveis de investimentos financeiros nessa área, tanto em países desenvolvidos (como EUA, Alemanha e Japão), como em países em desenvolvimento (com destaque para a China, Índia e Coréia do Sul), sejam significativos e crescentes, bem mais do que, por exemplo, é investido no Brasil. As perspectivas são excelentes, com as altas expectativas de mercado para produtos da nanotecnologia: cerca de 1 trilhão de dólares nos próximos 10 a 15 anos, com a possibilidade, segundo estimativas, de que o Brasil ocupe talvez 1% deste faturamento. Vejam a diferença.
Existem, claramente, oportunidades abertas ao Brasil, enquanto economia que possui uma competência identificada (ainda que não de forma inteiramente sistemática) numa área que vai modificar de forma irremediável o padrão de desenvolvimento industrial e tecnológico no futuro próximo. 
Vale mencionar, neste particular, a existência de um grupo de trabalho criado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia em 2003, ao qual foi atribuída a responsabilidade da elaboração de Plano Trienal de Nanociência e Nanotecnologia, e de uma comissão responsável pela Organização da Oficina de Nanociência e Tecnologia, na Unicamp. E é esse o ponto que quero tocar novamente, a interferência direta do governo nesse processo, utilizando de seu viés paternalista e corporativista, o governo tende a diminuir a velocidade desses avanços nanotecnológicos no cotidiano da sociedade, não permitindo que os investimentos de capital privado possa aquecer ainda mais essas descobertas.
A gama de atividades classificadas como nanotecnologia cobre áreas de pesquisa tradicionais como a química e a física, chegando às atividades que envolvem ciências dos materiais, biotecnologia, etc., o que demonstra o caráter altamente abrangente da nanociência e da nanotecnologia (N&N). De fato, uma das particularidades da N&N é que ela requer competências científicas com os mais variados horizontes. A N&N sendo uma área altamente interdisciplinar não permite que se tenha uma idéia exata dos aspectos relacionados a cada uma das disciplinas implicadas. 
Como todas as áreas, ela está baseada em noções fundamentais conhecidas dos cientistas e engenheiros. Aliás, a separação entre nanociência e nanotecnologia não tem nenhum significado na prática: é exatamente por esta razão que na maioria do tempo o termo nanotecnologia acaba por recobrir nanociência. Nos países desenvolvidos, esses profissionais estão ligados à grandes laboratórios de pesquisas privados, onde a interferência estatal é nula, permitindo que a concorrência por novas descobertas acelere o processo (não sou ingênuo, nem hipócrita de afirmar que não haja investimento estatal nesses Países, claro que sim, mas que esse investimento não restringe as descobertas obtidas e nem sua aplicabilidade no cotidiano da sociedade)
Tanto isso é verdade que todos os países inovadores estabeleceram e apoiam ativamente programas de nanotecnologia, com orçamentos crescentes e do mesmo nível que a biotecnologia, tecnologias da informação e meio ambiente. Os programas de nanotecnologia analisados estão vinculados às estratégias nacionais de desenvolvimento econômico e de competitividade e todos têm alvos econômicos definidos. 
O crescimento previsto pelos especialistas para os mercados de produtos nanotecnológicos é muito superior ao crescimento de outros mercados dinâmicos, como o de computadores e telefones celulares. A estimativa é que as aplicações de nanotecnologia e as que estarão atingindo os mercados nos próximos anos são evolucionárias, mais do que revolucionárias, estando concentradas nas áreas de determinação de propriedades de materiais, produção química, manufatura de precisão e computação e isso vai impactar diretamente no comportamento das relações de trabalho e nas relações sociais, existirá mais tempo para alguns e menos trabalho para outros milhões.

Não existe, no momento, nenhuma possibilidade razoavelmente definida para o uso de nanomáquinas capazes de fabricar materiais montando-os átomo por átomo. Apesar delas ocuparem espaço na imaginação de escritores, elas não estão nas cogitações de estrategistas das empresas inovadoras a não ser nas formas de síntese química/bioquímica e auto-organização. No entanto, é muito provável o aparecimento, inevitável, de aplicações revolucionárias da nanotecnologia, a médio e longo prazo. Para que não fiquemos atrás nesse processo que, insisto, é irreversível, é necessário que nossa sociedade passe por um urgente processo de transformação cultural e de relações de trabalho. Enquanto o mundo já está em um outro patamar de relações, o Brasil ainda discute "perda de direitos".

Frase do Dia

"Notre bonheur sera naturellement proportionnée par rapport au bonheur que nous faisons pour les autres" (A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros)

Allan Kardec

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Sócrates, um craque!

Vou aproveitar esse espaço para falar um pouco (peço humildemente desculpas aos estudiosos pela ousadia, principalmente ao meu irmão, que conhece muito mais sobre a personagem retratada  do que este ambicioso escriba), mas acredito na importância de Sócrates para a sociedade ocidental e como eu sei que por muito tempo nos foi privada a oportunidade de estudarmos os clássicos na academia, resolvi abordar o tema.

Elevado pelo seu discípulo Platão como o responsável por colocar filosofia em uma direção mais ética e politica, Sócrates foi um filósofo de tamanha relevância para a história do pensamento humano ocidental, dividindo a filosofia clássica em "pré-socráticos" e "pós-socráticos", pois até mesmo o que sabemos sobre Sócrates, devemos aos escritos de Platão.

A dificuldade em se estudar Sócrates, além da falta de outras referências bibliográficas, reside naquilo que se convencionou chamar de: "Problema Socrático". Como nós sabemos, Sócrates foi o principal personagem nos diálogos de Platão, sendo referido também nos trabalhos de Aristófanes, Xenofonte e Aristóteles. 

Mesmo sem registros históricos que comprovem sua existência física, Sócrates é considerado um personagem histórico genuíno, tendo vivido na Grécia do século IV a.C., porém todas as fontes que citam o nome de Sócrates são textos dramáticos ou filosóficos, não havendo qualquer texto diretamente histórico referindo-se a época em que Sócrates viveu e a sua pessoa, seus hábitos e até mesmo a sua existência.

Ainda, os textos filosóficos possuem contradições entre si, tornando difícil distinguir a posição e pessoa de Sócrates, daquilo que o autor gostaria de representar com seu próprio trabalho, desde questões mais densamente filosóficas até questões mais cotidianas, por exemplo, Platão afirma categoricamente que Sócrates jamais aceitaria dinheiro para ensinar, enquanto Xenofonte, outro discípulo de Sócrates, afirma que o filósofo era pago por este trabalho. 

Mesmo dentro do contexto dos diálogos de Platão, considerados a mais completa fonte de informação sobre Sócrates, existem contradições nas posições atribuídas a Sócrates, geralmente associadas com o desenvolvimento filosófico do próprio Platão. Desta forma, a tradição filosófica atual considera que compreender e clarificar a real posição de Sócrates como filósofo, nas principais questões da disciplina, é aparentemente impossível, sendo o Problema de Sócrates classificado como insolúvel. 

Não obstante, ao compararmos as fontes, algumas conclusões acerca da posição de Sócrates podem ser extraídas e mesmo que não sejam historicamente precisas, ao menos oferecem uma posição consistente para que se possa estudar a importância deste pensador para o desenvolvimento da filosofia ocidental.

É atribuído à Sócrates a criação do chamado "Método Socrático" uma técnica de ensino e investigação, que utiliza uma forma de inquisição dialética. Diferente de debates direcionados a persuadir o opositor, o "Método Socrático" manifesta a oposição de Sócrates a retórica como uma forma de arte que visa agradar os ouvintes e também a oratória, que convence por vias emocionais, não requerendo lógica ou prova. (espero ter descrito de forma simples e correta, o método utilizado pelo grande mestre)

Seu método era o de dividir o problema em questão, a matéria do debate, em questões menores, que em tese poderiam ser respondidas com maior facilidade ou ao menos levariam o interlocutor a olhar o problema por todos os ângulos, entendendo as possibilidades lógicas da questão, eliminando as contradições e, em ultima análise, gradualmente levando ambos a solução do problema em questão. 

Esse é um método negativo de eliminação de hipótese, no qual uma hipótese é levantada, questionada e busca-se demonstrar que ela leva a contradições, caso em que seria inaceitável. Caso não seja possível demonstrar que tal hipótese leva a contradições, a mesma deverá ser considerada um candidato aceitável à posição de verdade. Meio complicado para que alguns leigos possam compreender, mas extremamente eficaz no que diz respeito a sua utilização na prática (sugiro a leitura do julgamento de Sócrates).

Aristóteles disse que Sócrates foi primeiro filósofo a buscar definições universais para as virtudes morais, tendo contribuído para as área da epistemologia, procurando entender a extensão do conhecimento humano; política, em que defendia o filósofo como governante ideal, sendo interpretado por alguns estudiosos como um crítico da democracia; ética, em que defendia que a melhor forma de viver é focar na virtude; entre outros temas.

A complexidade dos temas abordados por Sócrates vai além do senso comum, ele buscou abordar temas que eram apenas superficialmente tratados e nem sempre com a devida importância e dedicação como ele fez. Mesmo tendo que levar suas convicções e pensamentos até as últimas consequências. Alguns consideram que o real motivo que levou Sócrates à julgamento e posterior execução, não estaria relacionado com a sua "corrupção da mente" de jovens e a não crença nos Deuses do Estado e sim, na sua crítica mordaz à democracia de Atenas, em um período de extrema turbulência na cidade-estado.

Eu apenas fiz uma resumida explanação sobre a figura de Sócrates, em função de uma conversa que tive recentemente sobre ética e moral e também para despertar a curiosidade dos amigos em buscar conhecer mais do pensamento socrático e por conseguinte, do pensamento filosófico clássico. Chega de "estudar" filosofia, sem buscar estudar os clássicos e buscar assimilar seu pensamento e compreender a atualidade dessas ideias, mesmo tendo passado milênios de quando foram produzidos.

Estudando com prazer e seriedade, podemos perceber, sem muito esforço, o quanto Sócrates foi, de fato, um craque!

Frase do Dia

"Garaipen ederrena lortu daiteke da zeure burua gainditzeko." (A vitória mais bela que se pode alcançar é vencer a si mesmo)

Santo Inácio de Loyola

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Barack, o Lula dos EUA

Quando se fala em Democracia existe uma premissa básica de que todo governo é medido e avaliado por seu povo através do voto, se foi bem, tem voto, senão, não consegue retorno nas urnas. 

Por esse critério somente, Barack Hussein Obama já pode ser considerado um dos piores presidentes da história norte americana. Quando ele assumiu a presidência, em 2009, os democratas tinham uma maioria consistente no Senado (58 das 100 cadeiras), uma maioria acachapante no Congresso (256 das 441 cadeiras) e 28 governos estaduais. 

Quase oito anos depois, o estrago é considerável: o partido do presidente perdeu 63 cadeiras no Congresso e dez no Senado – agora é minoria nas duas casas –, além de 12 governos estaduais. Sem contar a fenomenal derrota sofrida pela sua candidata à presidente Hilary Clinton nas últimas eleições presidenciais.

Ao amigo do blog que tem o hábito de se informar pelos grandes portais de notícias do eixo Rio-São Paulo ou se deixa pautar pelas noticias do New York Times, essa situação é completamente incompreensível, afinal, Obama é sempre mostrado e descrito como o melhor presidente que a América já teve, um exemplo a ser seguido, um líder moderno para o mundo sombrio em que vivemos. 

Já os norte americanos, que viveram oito anos sob o governo de um homem que não passa de uma versão intelectualmente melhorada e substancialmente mais perversa de Lula, não esconderam sua insatisfação e escorraçaram os democratas em todas as instâncias do poder político (quer fazer uma analise de cenário? Use como referência, quem vive a realidade que você busca compreender. Quando perguntado sobre a situação no Iraque, Olavo de Carvalho respondeu: "Pergunte ao Iraquianos"). 

Sabendo que o povo americano não aguenta mais suas falácias e seu jogo de cena, Barack Hussein Obama resolveu marcar seus últimos dias na Casa Branca com uma série de medidas perniciosas e cruéis. 

A grande mídia, sempre favorável ao seu governo, tem descrito essa atitude como “o esforço de Obama para marcar seu legado”. Mas que raios de legado é esse? A verdade, amigos, está bem longe disso. Obama está usando a tática do inquilino raivoso, sabe o sujeito que pretende deixar a casa no pior estado possível para o próximo ocupante?. É por isso, e somente por isso, que ele e os democratas estão enfiando barbaridades goela abaixo do povo americano. Falaremos de algumas delas a seguir:

1- A expulsão de oficiais diplomáticos russos dos Estados Unidos e outras medidas impostas em resposta à possível ação de hackers russos durante a eleição presidencial deixou muita gente de cabelo em pé no m undo inteiro. O clima de Guerra Fria requentada só não ficou pior, porque Putin e o restante da liderança russa sabem muito bem que Obama agiu como um fanfarrão, apenas para desestabilizar o novo governo (lembra um certo ex-presidente brasileiro, réu em 5 processos, nos seus tempos de oposição. Tanto que a embaixada russa no Reino Unido publicou a seguinte mensagem em sua conta oficial do Twitter: “O presidente Obama expulsa 35 diplomatas russos, num "deja vu" da Guerra Fria. Assim como todo mundo, incluindo o povo americano, ficaremos felizes em ver o fim dessa administração infeliz”. Amém, eu digo!

Já no Oriente Médio, além de nunca ter conseguido avançar um centímetro sequer em direção à paz entre Israel e Palestina, muito pelo contrário, Barack Hussein Obama apoiou uma resolução absurda da ONU que condena novos assentamentos judeus na região. A posição de Obama é completamente contrária ao histórico de apoio que os EUA sempre tiveram para com Israel. A resposta de Trump não poderia ter sido melhor: “Vamos ver o que acontece depois de 20 de janeiro, certo? Acho que vocês vão ficar bem impressionados”. (como já escrevi aqui: Esse Donald não é pato).

Se valendo de uma obscura lei da década de 1950, Barack Hussein Obama proibiu a exploração de petróleo em diversas partes do Ártico e do Oceano Atlântico. A coisa foi feita de modo a dificultar ao máximo uma reversão da medida pelo governo Trump. Dá até para imaginar o presidente raivoso falando com sua equipe: “Não me importa quantos anos tenha a lei, nem que ela nunca tenha sido usada. Façam o que for preciso para ferrar aquele cara”. Ah se as paredes do Salão Oval falassem!

Não satisfeito, Barack Hussein Obama ainda se deu ao trabalho de acabar com  um programa de rastreamento de imigrantes muçulmanos que havia sido estabelecido no governo Bush, o "National Registry". O programa estava parado desde 2011, mas sua estrutura permanecia intacta, e Trump planejava usá-la para algumas de suas políticas antiterrorismo ligadas ao islamismo radical. Agora, caso queira montar algo parecido, o presidente eleito precisará criar tudo do zero novamente. As vítimas do 11 de Setembro devem estar se debatendo em seus túmulos, sem contar suas famílias, que se sentem ultrajadas com essa atitude.

Fazia muito tempo que o mundo não via uma transição presidencial tão suja como a de Barack Hussein Obama. Até aqui no Brasil, onde Dilma saiu escorraçada por impeachment, uma situação bem pior que uma derrota eleitoral, as picuinhas e sujeiras se resumiram a roubar objetos de decoração e fazer papel de bobo nas redes sociais. 

Tenho certeza de que a História se encarregará de colocar Barack Hussein Obama no seu lugar de destaque, ou seja, ao lado de outros infames que já ocuparam a presidência americana. Ao agir de forma oposta ao que a população de seu país espera, ele pavimenta cada vez mais seu caminho para o almejado título de pior presidente da História dos Estados Unidos. Franklin Pierce, James Buchanan (o do Whisky), Richard Nixon e Jimmy Carter que se cuidem, o páreo é duro!


Uma vez Flamengo...por que não os outros

Entramos em uma semana importantíssima para o futuro do futebol brasileiro. E não falo apenas por ser mais uma decisão de Libertadores (...