quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Quanto mais governo, menos cidadão!

Eu realmente não gosto de reclamar de governo. Acredito que é uma enorme perda de tempo e desgaste fazer isso.  E também acredito que não se trata de uma atitude inteligente. Estou convencido de que é muito mais proveitoso ignorar toda a bagunça e imoralidade e se concentrar em coisas melhores e mais produtivas. Mas não tenho como ficar quieto quando observo alguns disparates que são cometidos por grupos que foram, durante anos, tutelados pelo Estado e que começam a perceber que o pensamento da maioria da população já não aceita mais isso. 
Falo de uma parcela de organizações de sociedade ainda se encontra emocionalmente acorrentada ao Estado, e (a menos que você trabalhe para o governo e tenha um alto salário, ou seja um grande empresário que obtenha subsídios e privilégios protecionistas do governo (em ambos os casos, você se deu bem), creio que é válido demonstrar o quanto é danoso esse relacionamento "promiscuo" com o Estado.
Dessa forma, vou escrever sobre algo que não recordo ter visto em nenhum outro lugar. Começarei pelo "o quê" e avançarei para o "por quê". E dai posso iniciar um debate que, espero, seja bastante reverberado na sociedade. Ao longo desses quase 30 anos de vida política (nossa, como o tempo voa) tenho observado uma situação que se apresenta de formas díspares, mas que vem permeando a vida politica da sociedade brasileira, mas qual é essa situação?
A situação é a seguinte: "Quanto mais o governo está envolvido na vida das pessoas, piores essas pessoas se tornam".
O exemplo mais claro disso, certamente, é o da "classe" (que tal dizer "classes") dependente do assistencialismo estatal, grupo de pessoas cujas vidas dependem quase que inteiramente do dinheiro repassado pelo governo. E que acabam usando esse dinheiro para atacar as próprias ações do Estado (ou defende-las), conforme a sua "comodidade" política e ainda se arvoram a denominar-se "representantes do povo" (mesmo que esse "povo" nem faça idéia dessa "representação"). Como esses "representantes" se mantem através (em sua maioria) de recursos públicos, acaba que, uma grande quantidade de recursos deixam de ser investidos em necessidades bem mais básicas da população.
Em quase todas as cidades, os bairros mais pobres e violentos são aqueles que têm a maior porcentagem de pessoas dependentes do governo. Ah, mas alguns "ideólogos" de boteco certamente vão protestar dizendo que primeiro veio a pobreza e depois, só depois, veio a ajuda do governo.  Isso é uma grande falácia, essa afirmação serve apenas para ofuscar uma verdade muito mais importante: tornar adultos dependentes do governo é algo que, inevitavelmente, degrada a moral, a ética e a autoestima dessas pessoas.
Já que estou falando de minhas observações, acrescento que, sim, já estive em contato próximo com muitos "bolsões de pobreza" e com pessoas permanentemente dependentes do governo durante a minha vida, não estou falando apenas por falar, falo pela quantidade de experiências que venho adquirindo nesses anos todos. Eu já tive amigos que fugiram de atrozes projetos habitacionais implantados pelo governo. Portanto, não estou apenas repetindo e reciclando as opiniões de terceiros, estou falando pelo acumulo de experiências que venho adquirindo durante todos esses anos (não quero em nenhum momento me colocar como "detentor" da verdade, apenas expresso minhas opiniões).
Viver de repasses do governo não é apenas degradante; quando você tenta escapar desse ciclo vicioso é severamente punido. Se você é dependente do assistencialismo e então começa a trabalhar um pouco, seus repasses poderão ser cortados imediatamente. Sendo assim, a não ser que você tenha um emprego realmente bom à vista (e quantas pessoas realmente conseguem, né?), esqueça a possibilidade de abandonar o sistema. Você será "punido" não somente pelo Estado, mas também pelos outros usuários das benesses do sistema.
Esse tipo de vida dependente, destrói a dignidade, a autoestima, a capacidade de ter opinião própria, os bons modos e muito mais. Se você quisesse arruinar um grupo de pessoas, você as tornaria dependentes do assistencialismo, com aumentos contínuos, porém módicos, no valor das bolsas e os as aglomeraria em locais de alta densidade. Foi o que vi acontecer durante toda a minha vida. Mas não é somente com os pobres que isso ocorre.  Existem pessoas da própria classe média que estão agora vivendo de assistencialismo ou encostadas no seguro-desemprego. Estas também estão sendo degradadas.  E isso ocorre em todos os continentes, não somente aqui no Brasil.
Poucos anos atrás, vi em uma grande capital brasileira e era traumatizante ver quantas pessoas totalmente capacitadas não queriam nem saber de trabalhar, que não queriam mais abrir mão do que já usufruíam. Uma gama de benefícios assistencialistas suficientes para sobreviver. Em dos bairros que morei, nesta mesma cidade, existia uma enorme gama da população que não tinha o menor pudor em viver das benesses do assistencialismo do estado e quando essas benesses ameaçaram ser tiradas, o "escândalo" foi geral e barulhento.
E viver do assistencialismo realmente degradou os bons modos dos mus vizinhos de bairro. Você dificilmente acreditaria na quantidade de fezes caninas que emporcalhavam as calçadas (as vezes até mesmo, fezes humanas). Era difícil caminhar sem ter seu sapato "premiado". As pessoas simplesmente não se importavam em recolhê-las. Adicionalmente, assaltos e roubos de bicicletas eram coisas endêmicas.  E tudo isso em um "bairro decente", em uma cidade "de primeiro mundo". A pior coisa para o ser humano é depender de migalhas que o Estado lhes dá, sem sombra de dúvidas, isso é a "morte" moral do individuo.
O ser humano foi criado para sonhar, realizar e prosperar. Quando essas coisas nos são dadas, sem que tenhamos de nos esforçar para obtê-las, é algo que nos apequena enquanto cidadão, enquanto ser humano. Quando vivemos uma vida de dependência, jamais aprendemos a superar as nossas limitações, a sermos melhores. Com efeito, nas culturas que prezam a dependência (como a nossa, por exemplo), tentativas de auto-aperfeiçoamento são vistas com rancor, causam inveja e são punidas e, muitas vezes, de forma violenta. Vide o caso das manifestações contrárias aos cortes de regalias e benefícios que são realizadas no País, escondidas atrás da pecha de que são: "garantias de direitos".
O próprio envolvimento do governo na "educação" é um "crime" contra as escolas: as crianças são forçadas a relacionamentos inescapáveis. E isso vai afetando a formação das crianças, elas começam a desenvolver uma personalidade dependente das ações estatais. Pergunte aos pais que optaram pelo regime de homeschooling (educação escolar em casa); Eles não terão dúvidas em afirmar que maioria dos maus hábitos que seus filhos adotaram são consequência do período que permaneceram em contato com outras crianças em escolas públicas. Um arranjo de integração forçada é simplesmente um péssimo plano para quem deseja saúde e o progresso humano.
Quero terminar dizendo que a maior  conclusão que tirei ao longo desses vários anos de observação e trabalho é que, quanto mais o governo se envolve na vida das pessoas, pior é a conduta que elas adotam e passam a demonstrar abertamente.  A situação é terrível. As pessoas perdem a ambição, a vontade própria, o desejo de se aprimorarem e perdem os bons modos. (sei que não estou sozinho nesta opinião, muitos concordam com ela).
Existem exceções? Obvio que sim e provavelmente há milhares. Ainda bem. Mas, no final, a seguinte afirmação continua sendo, infelizmente, verdadeira:
"O assistencialismo do governo é uma maldição para aqueles que dele dependem. O assistencialismo degrada as pessoas e as tornam piores, e não melhores"
Triste constatação!

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