quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Educação Multifocal

Venho reiterando há bastante tempo  a ideia de que a educação se tornou a falência do processo de pensar. Isso decorre principalmente em função do processo de educação brasileira ser predominantemente baseado em uma pedagogia doutrinária. Pois bem, esse pensamento vem gerando uma série de opiniões relativas à precariedade da educação no País, mas vale mencionar que a educação no mundo todo está num processo de falência gravíssimo.

Como parte da categoria, eu acredito que os professores são os profissionais mais importantes da sociedade. Mais importantes do que psiquiatras, juízes de Direito, políticos ou generais. Porque os professores trabalham o solo da inteligência para que as crianças e os adolescentes não sejam tratados por psiquiatras, não cometam crimes e sejam julgados por juízes; que aprendam a escolher melhor os seus representantes e que usem a ferramenta do diálogo ao invés da arte da guerra.

Se assim fosse,  teríamos mais poetas da vida e menos repetidores de informação, sem capacidade crítica de pensar. Mas, se por um lado os professores são os profissionais mais importantes da sociedade, por outro lado a educação implementada ainda é retógrada. Por exemplo, ainda enfileira os alunos em salas de aula, o que é ótimo para formar soldados para uma guerra, mas péssimo para formar pensadores. Esse tipo de disposição, registra ns mente o sistema de hierarquia que bloqueia o pensamento, dificulta a expressão das ideias, o debate das opiniões e, consequentemente, gera conflitos como timidez, insegurança e bloqueio da criatividade. 

A educação também está falida porque o sistema educacional nos impõe, como bem diz o Dr. Augusto Cury, um sistema de ensino “fast food”, que significa um conhecimento pronto, sem que se ensine o básico para a formação do pensar, que é o ato de duvidar, o desafio das perguntas. Não se questionam as informações e os conhecimentos que são abordados em sala de aula. Não se prepara o aluno para utilizar a sua capacidade de pensar para chegar ao mesmo ponto através das mais diversas possibilidades e não apenas aceitar passivamente a “verdade” oficial.Trata-se da “verdade” imposta pelo “autoritarismo” da pedagogia contemporânea e seus ideólogos que prezam uma educação “igualitária” e pasteurizada, onde os alunos são privados de um bem preciosíssimo que é a liberdade de pensar por conta própria. Isso tem feito com que os professores, alunos e demais atores do processo educacional estejam estressados, sofrendo daquilo que a Teoria Multifocal denomina como “SPA” (Síndrome do Pensamento Acelerado), que consiste em pensar de forma desordenada, sem foco e onde o cansaço se torna visível,  tirando qualquer estimulo saudável.

Por essa razão, o último lugar no qual os alunos querem estar, é a sala de aula. Como se não bastasse a precariedade do processo educativo, eles ainda são bombardeados por estímulos não saudáveis, como o consumismo, o coitadismo, a dependência de ferramentas digitais, que resultam numa ansiedade que nunca se viu na história humana. É necessário que os professores passem por um processo grande de reciclagem nos métodos de ensino aprendizagem, saiam do lugar comum das teorias que já  demonstraram ser inadequadas ou ineficazes e busquem novas alternativas; aprendam a criar, construir novas metodologias e práticas pedagógicas. Também é importante destacar, que o professor não pode enxergar as ferramentas digitais como “inimigas” do processo de ensino e sim utilizá-las como aliadas em suas aulas. Sempre me questionei: Por que os alunos ainda ficam sentados enfileirados como se estivessem em um quartel? Por que não se utiliza a música como aliada na aprendizagem? (não somente como uma disciplina transversal, mas como ferramenta para o fortalecimento do lado cognitivo do aluno), coisas que sei que muitos colegas estão buscando trabalhar, mas que encontram resistências daqueles que ainda entendem que educação é algo elitizado e quando muito, uma benesse do estado.

No Brasil, a educação emocional ainda não é tratada com a seriedade necessária. Nada dessa coisa de “ética”, “valores”, boas maneiras, etc, tudo isso deve ser uma consequência natural do relacionamento saudável. Vejo muitos colegas educadores com resistências em trabalhar o lado emocional de professores, alunos e famílias alegando que isso não tem sustentação acadêmica, que é coisa de manual de “auto ajuda”. Ora, a educação passa por um processo de “doença emocional” muito grave. Professores estão em seu limite, com um excesso de cobranças, de metas absurdas a serem cumpridas. Os alunos estão cada vez mais desinteressados em aprender na escola, pois preferem as informações que estão disponíveis no mundo virtual. Vamos parar com esse sectarismo da educação brasileira. Paulo Freire está longe de ser Deus; aliás, na minha opinião sua teoria está longe de ser uma unanimidade. É necessário que se rompa com essa visão unifocal da educação. Precisamos nos despir de dogmas e preconceitos e partir para enxergar a educação de uma maneira multifocal, em seus diversos ângulos e vertentes.

Eu faço a minha parte: escrevo, trabalho e defendo a visão multifocal em diversas atividades, mas principalmente na educação. Há alguns anos me “libertei” da “monogamia do oprimido” e enxergo a educação de uma forma bem mais ampla. Mais complexa também, mas sempre como uma válvula de libertação do pensar e do agir. Sem essa liberdade de pensamento, fica impossível se trabalhar uma educação de qualidade.



Frase do Dia

"Mensura est sine modo diligere" (A medida do amor é amar sem medida.)

Santo Agostinho - Bispo e Filosofo


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A Educação enquanto Doutrina

A influencia da psicanalise tem sido cada vez mais forte dentro da educação, essa visão psicanalítica vem sendo tão fortemente usada que até mesmo os pedagogos de esquerda vêm adotando essa prática, e sabemos nós o quanto a esquerda tem hegemonia na educação, não somente aqui no Brasil, como em boa parte do mundo ocidental.

A esquerda entendeu como conseguiria atingir melhor os seus propósitos, mesmo que em longo prazo, poderia “fazer a cabeça” dos jovens. Essa visão fez com que grupos que desejam subjugar as massas e incutir neles as suas doutrinas, a perceber que era necessário o domínio de qualquer instituição que pudesse levar esse grupo a dominar e controlar a vida intelectual da sociedade, em particular, as escolas, as universidades e vários segmentos da mídia. Dessa forma, a educação passou a ser um instrumento eminentemente político, seja de grupos partidários ou religiosos.

Querem um exemplo bem marcante disso que estou dizendo? Vamos relembrar um pouco sobre o pedagogo brasileiro Paulo Freire, que se tronou famoso pelo seu método de alfabetização, principalmente de adultos, mais precisamente de operários e camponeses, seu trabalho consistia em: “A pedagogia que ele defende tem por fim a conscientização, ou seja, o fundamental não seria a alfabetização e sim a formação de uma consciência das relações sociais”(Esse foi o depoimento de Frei Betto, quando da morte de Paulo Freire, ao jornal “O Globo” de maio de 1997), um dos pontos mais importantes de sua obra mais famosa “A Pedagogia do Oprimido”, evidentemente escrita na ótica marxista, é de que a educação é um ato político o objetivo não está em alfabetizar e sim, como uma ferramenta de doutrinação do aluno.

Alguns amigos dirão que estou exagerando, não é? Pois bem, alguém lembra que durante as décadas de 60, 70 e até a de 80, não havia quarto de adolescente “pequeno burguês”, que nem eu, ou de um “filhinho de papai”, que não tinha um quadro do infeliz guerrilheiro Che Guevara, ao lado de pôster de ídolos da cultura pop, como Beatles, Michael Jackson ou de um dos grupos de rock, do chamado “Rock Nacional”, e isso não era nada por acaso, e sim induzido pelos nossos professores nas salas de aula pelo país a fora. Aliás, o mais importante nesse contexto de “boas intenções” era a exigência por parte dos “intelectuais” que foram oriundos desse período de suprimir qualquer tipo de censura, sob o manto de que é necessário preservar a “Liberdade de Expressão”, pois bem, a consequência mais imediata desse tipo de atitude foi a publicação em páginas da Internet de técnicas e textos sobre a fabricação de artefatos e bombas e atentados biológicos, o que fomentou ainda mais a expansão de atos terroristas (exagero? Estudemos um pouco da história nos últimos 20 ou 30 anos).

Outro exemplo interessante da utilização da educação como ferramenta de doutrinação ideológica ocorreu na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Durante a década de 70, do século passado, foi realizada nessa instituição de orientação católica, a maior perseguição a professores que se opunham ao ideário marxista, o então reitor da época, padre Mac Dowell foi alertado sobre isso, mas, quando tardiamente percebeu a manobra que acontecia em sua instituição, já era tarde demais, sua própria substituição do cargo foi uma exigência dos próprios marxistas que ele demorou a combater. Esse processo foi evoluindo de uma forma muito simples, foi sendo expurgado e perseguido dentro das universidades aqueles professores que não “rezavam” pela cartilha marxista, fazendo com o que esses professores acabassem se tornando minoria, e dai por diante, tudo passou a ser decidida através do “voto democrático”, obedecendo ao desejo da maioria, obviamente, maioria essa que fora construída através de anos de expurgo aos adversários antimarxistas.

Novamente poderão dizer que estou exagerando, que isso não passa de conversa fiada para deturpar a história e manchar a “memória” daqueles que lutaram por uma “Educação pública, gratuita e de qualidade”, pois então, professores oriundos do IME (Instituto Militar de Engenharia), que haviam construído todas as bases do Centro Técnico Cientifico foram demitidos, outros educadores que não estavam alinhados com o marxismo também foram perseguidos e demitidos, caso dos professores Anna Maria Moog e Antônio Paim, do diretor do departamento de psicologia Aroldo Rodrigues e do diretor do departamento de psicologia Arthur Rios, isso somente para citar os casos mais emblemáticos, ah e tem também o caso de dois professores da área de biomédica que tiveram seus nomes citados no livro “Brasil Nunca Mais”, como sendo colaboradores do regime militar e que foram tirados de seus postos.

Este é o grande problema de se utilizar a educação como instrumento de doutrinação política ou ideológica, tira do aluno a oportunidade de formar a sua própria consciência, faz dele um autômato que raciocina pela ótica de ideologia hegemônica (toda vez que alguém for discutir com alguém de esquerda, por exemplo, e utilizar termos como “desconstruir” ou “políticas afirmativas”, esse alguém já começara a discussão com “derrota”, pois usará termos que são oriundos da própria esquerda). Esse aluno deixa de ser um “sujeito pensante” para se tornar um “repetidor de doutrina”.

Portanto, não foi a toa que a Igreja Católica e a Igreja Metodista, implementaram uma enorme rede de escolas. E isso foi muito utilizado não somente pelos regimes totalitários, como os nazistas que criaram a “Juventude Hitlerista” e a URSS, onde o Partido Comunista controlava a educação com “Mão de Ferro”, mas também é utilizado disfarçadamente por todos os grupos que ambicionam chegar ao poder. Os marxistas entenderam isso desde cedo, por isso se infiltraram no corpo docente das escolas e das universidades, para poder ocupar esse espaço e introduzir nele seus conceitos.


O caro leitor já parou para se perguntar o porquê de muitos líderes terroristas terem uma formação superior? De serem oriundos de grandes instituições de ensino? Não podemos esquecer que os líderes de grupos como o “Baden Meinhoff” , o “Tupac Amaru”, o “Sendero Luminoso” vieram de dentro das universidades e foram influenciados por toda uma linha de doutrinação ideológica que fazia desses jovens, verdadeiras “máquinas de guerra” contra o sistema. Eu estou falando sobre situações que aconteceram e que somente agora se começa a tocar nesse assunto, durante muitos anos (e ainda nos dias de hoje) é quase uma “Heresia” questionar alguns preceitos da educação brasileira na sua vertente predominante que é a marxista, por isso a importância de que esse tipo de assunto seja bastante discutido e difundido e cada brasileiro que queira pensar pela sua própria consciência, busque estudar e tirar suas próprias conclusões e não ficar preso aos “dogmas” da educação aparelhada. Como diz a bandeira de Minas Gerais: “Liberdade, ainda que tardia”.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

O Poder

Eu escrevi este texto ano passado, mas penso que o texto é bem atual. Por isso resolvi reproduzi-lo. Opinem:

"Travando debates acalorados com amigos e estudando um pouco o cenário político-econômico do País, resolvi escrever um pouco aqui neste espaço sobre "Poder", uma palavrinha muito ouvida e falada nos últimos tempos aqui no Brasil em particular e ouço muitos falarem aos 4 cantos que o "poder vem do dinheiro", "quem tem dinheiro, tem poder". Mas será que essas afirmações são verdadeiras? De fato, somente ter dinheiro é suficiente para se deter o Poder?

Vamos analisar um pouco o inexpressivo capitalismo tupiniquim, o grande empresário brasileiro tem uma "mentalidade de servidor público", eu explico, ele começa a crescer, ganhar algum dinheiro e resolve que não mais vai querer concorrência, não vai querer correr riscos, busca uma "estabilidade" no mercado que não existe e ai começam a combinar preço, formando ai os chamados "carteis" (onde os preços são previamente estabelecidos e não dando ao consumidor a oportunidade de escolher qual o melhor preço e as vezes serviço que melhor o atenda) e nisso, as suas empresas acabam se "associando" ao Estado, pois esse Estado se torna o único cliente capaz de remunerar os serviços dessas empresas.

E ai o que acontece? Segundo Raymundo Faoro, essas empresas acabam se incorporando ao "estamento burocrático", isso forma um mecanismo de "donos do poder", que transformam a burocracia estatal em um instrumento dos interesses de poucos e deixa de ser uma máquina administrativa e impessoal e que visa apenas os interesses do conjunto da sociedade, como acontece nas democracias normais.

Ai chegamos em uma conclusão interessante, o nosso sistema acaba não sendo nem capitalista e nem socialista e sim, um sistema patrimonialista, como muito bem já expressou o professor Faoro e outros pensadores mais liberais, tais como: Ricardo Velez Rodriguez, Antônio Paim e o embaixador Meira Penna, essa observação é muito importante para não cairmos no discurso fácil da esquerda de dizer que todos os nossos males sociais são provenientes do capitalismo. Mesmo durante a década de 70 do século passado, uma parte da intelectualidade da esquerda sabia que o principal obstáculo para uma possível "Revolução Brasileira" não estava no capitalismo e sim, nesse patrimonialismo que impera nesse país desde a formação da elite empresarial brasileira.

Mas, impregnados que estavam com os estudos da teoria de Antônio Gramsci (da qual eu já escrevi aqui em postagens anteriores) e ansiosos que estavam em tomar o poder, resolveram que era necessário se conquistar a "hegemonia" cultural e partiram para a infiltração nos diversos segmentos da sociedade (jornais, TVs, revistas, meio artístico, universidades, etc), tendo demorado quase 40 anos para conseguirem seu intento. Esse processo culminou com o êxito da eleição de Lula para a presidência e por conseguinte, a "demonização" do capitalismo e da direita (incluindo ai a associação da "direita" com a corrupção e o atraso), com isso, houve uma quase que total aparelhamento de toda a máquina estatal, portanto, mesmo sem possuir o dinheiro, esse grupo podia ter o poder de controlar as relações políticas e econômicas.

Note-se que, fora o enriquecimento pessoal de muitos dos dirigentes políticos da esquerda, não foi o dinheiro que trouxe o poder para esse grupo e sim a capacidade de controle da máquina burocrática e dos meios de comunicação, além de possuir uma militância que estava disposta a "morrer" pela causa e pelo projeto de poder (abro esse parenteses para ressaltar que esse aparelhamento e essa construção de militância, foi um processo longo e organizado com paciência e habilidade pelos teóricos da esquerda e também pela inépcia da direita e do empresariado brasileiro em perceber esse movimento), isso é fundamental para que eu possa defender a minha argumentação e recorro também aos aspectos mais recentes da crise da "Lava Jato", onde se imaginou nesse país que donos das principais empreiteiras estariam presos? E mesmo assim, o grupo político do PT continua no poder, enfraquecido como nunca é verdade, mas ainda no poder.

Venho defendendo a tese de que esse poder esquerdista, com esse formato (ancorado em movimentos sociais, sindicados, movimento estudantil, etc), está fadado ao fim, mesmo que isso não aconteça em função de um contraponto organizado pela direita e sim pelo seu próprio esgotamento e percepção da sociedade que essa não é mais a sua forma de sentir-se representada. Mas engana-se quem acha que isso signifique o "fim hegemônico da esquerda", pelo contrário, isso faz com que essa esquerda busque alternativas para manter seu pensamento hegemônico (isso é bem fácil de perceber, vejam as pautas ligadas à questão de gênero, racial, direitos humanos, inclusão, etc, pautas essas que nunca foram temas consensuais dentro da esquerda, mas que aparecem com uma alternativa para esgotamento do modelo anterior).

Para se chegar a deter o poder, é preciso que se apresente algo para substituir o que está ai, é preciso que se ouça mais o que a maioria (antes silenciosa e hoje batedora de panelas), quem quiser ocupar o espaço que hoje é ocupado pelo PT, tem que apresentar para a sociedade algo que seja melhor do que o que vem sendo apresentado pelo imaginário petista, isso sim é poder, ou busca por ele. É preciso romper com o patrimonialismo (coisa que o PT só fortaleceu nesse seus 12 anos de poder) e colocar gente nos pontos chaves de formação de opinião, colocar pessoas com pensamento contrário ao existente e isso não vai acontecer enquanto o pensamento esquerdista continuar presente nas mídias, nas artes e principalmente nas universidades.

Eu espero que esse pequeno texto sirva como uma inspiração para que melhor pensemos sobre o que de fato é poder, não mais se deixar levar pela ilusão de que apenas o dinheiro trás poder, basta estudarmos a história humana, exemplos não faltam (Julio Cesar era o "mais pobre" do 1º triunvirato romano, Napoleão era um obscuro oficial francês, Hitler era um pintor medíocre, Stalin era um ex-degredado da Sibéria e por ai vai), nenhuma dessas figuras detinha o dinheiro, mas o poder de controlar as massas através da estrutura burocrática do Estado, portanto, você até pode enriquecer na busca pelo poder, mas não acredite que somente isso será o suficiente para que se tenha o verdadeiro Poder, o Poder de controlar corpos e mentes, o verdadeiro Poder".


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Fim do privilégio do "Foro Privilegiado"

Está em discussão no congresso, principalmente em função do esforço do senador Alvaro Dias (PV), para que se cabe com o o chamado "Foro Privilegiado", mas afinal de contas, o que vem a ser esse tal "Foro Privilegiado"? Ele é um direito adquirido por algumas autoridades públicas, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, garantindo que possam ter um julgamento especial e particular quando são alvos de processos penaisFormalmente chamado de “Foro por prerrogativa de função”, o foro privilegiado é atribuído aos indivíduos que ocupam cargos de alta responsabilidade pública, como: Presidente da República, Vice-Presidente, o Procurador-Geral da República, os ministros e os membros do Congresso Nacional.
De acordo com a Constituição brasileira de 88, a investigação e o julgamento das infrações penais das autoridades com foro privilegiado passa a ser competência do Supremo Tribunal Federal – STF
Normalmente, entre os indivíduos sem foro privilegiado, as ações penais costumam tramitar nos Juízos de primeira instância.
Eu, na minha ignorância jurídica, mas com um enorme senso de justiça, tenho severas críticas a respeito da eficiência do foro privilegiado no Brasil, pois no meu entendimento o foro privilegiado é uma condição que afronta diretamente o artigo 5º da Constituição Federal.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
No entanto, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o intuito do foro privilegiado é proteger a atividade do cargo público (a chamada “coisa pública”) ocupado pela pessoa sob acusação penal, e não a pessoa em si. Ora, em um País como o nosso, onde as desigualdades estão no "DNA" da nossa formação, você estabelecer que uma "casta" de pessoas estejam acima dos demais, pelo simples fato de terem sido eleitos.
A democracia não se faz apenas com o voto. Ela se constrói no cotidiano das ações  dos atos da sociedade. Quando você estabelece que alguns tem mais "direitos" que os outros, você está quebrando com um dos pilares da democracia ocidental.
Apoio a iniciativa do senador Alvaro Dias, enxergo nessa atitude do senador, uma oportunidade que a própria classe política tem de buscar melhorar a sua imagem perante a opinião pública. Quem tem o exercício da atividade pública tem que se ater a outra prerrogativa, que é a da "Imunidade Parlamentar" (escreverei sobre o tema outra hora) e não se esconder atrás do foro privilegiado.

Uma vez Flamengo...por que não os outros

Entramos em uma semana importantíssima para o futuro do futebol brasileiro. E não falo apenas por ser mais uma decisão de Libertadores (...