segunda-feira, 31 de outubro de 2016

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

O Poderoso Chefão, uma Obra de Arte!

"Eu acredito na América"


Com essa esperançosa e afirmativa frase se inicia um dos maiores épicos da história do cinema, um filme de proporções inimagináveis e causador de um dos maiores impactos nas estruturas da história da chamada "sétima arte" 

De fato, O Poderoso Chefão é mais do que um filme, chega a ser um divisor de águas no que se refere a grandes mudanças no cenário do mundo cinematográfico. Acabando a chamada "Era de Ouro" de Hollywood e se iniciando uma nova fase de super produções nas mãos de novos diretores mais ousados, entre eles Martin Scorsese e Brian De Palma, esse filme conseguiu seu lugar ao sol no que diz respeito à inovação e tamanho. 

Em um período de disputas acirradas, Francis Ford Coppola conseguiu criar uma obra-prima tão poderosa que em breve ganharia uma continuação tão suprema quanto. (um dos raros casos de uma continuação chegar a se comparar com o filme original). Seu filme é tenso, real, ousado e com um elenco que poucas vezes se viu em uma produção da grandeza de um Poderoso Chefão!

Mas por que eu comecei este texto usando a frase da personagem Amerigo Bonasera? 

Porque a referida frase não foi colocada sem propósito no começo da saga. Na verdade, há inúmeras mensagens e predições sobre o que nos aguarda no decorrer do filme apenas com essa frase. 

Começava com os anos 70 do século passado uma nova fase no cinema, com grandes produções vindas em grandes quantidades. Novas temáticas invadindo as telonas, quebras de tabus, mensagens subliminares nem tão subliminares assim como foram antes, etc. Era um grande momento para o cinema americano, assim como era uma época importante no cenário geopolítico do mundo. 

O Poderoso Chefão, um filme de proporções gigantescas e temática forte surgiu acompanhando a America do Norte, em especial Estados Unidos, rumo ao poder absoluto. Coppola criou um épico que tinha como principal objetivo mostrar poder e dominação. Os protagonistas do filme, Don Vito Corleone e seu filho Michael são a representação perfeita da força do filme, assim como demonstram em certos momentos a fragilidade que também aflige os fortes, a "humanização" das personagens é uma das mais geniais "sacadas" da direção do filme, um mérito que Coppola carrega com maestria para a eternidade.

Através da saga dos Corleone, somos lançados num universo repleto de violência e injustiças, onde o crime predomina sobre a política e a polícia. As décadas de 40 e 50, como sabemos hoje, foram marcos no que se refere ao poder dos mafiosos, e a família Corleone representa bem como estrangeiros conseguiam dominar melhor o território americano. Dominando sobre políticos, policiais, diplomatas, executivos, empresários e até mesmo sobre os poderosos diretores e produtores cinematográficos, os mafiosos mantinham poder sobre toda a cidade. 

A única oso “das antigas”, não se adapta as mudanças que vão surgindo no cenário urbano. 

Surgia com força total o mercado negro dos narcóticos, que prometia muito em relação ao futuro. Negando-se a se unir a outras famílias mafiosas italianas nesse novo mercado, Don Corleone acaba comprando uma briga gigantesca com o clã de famílias imigrantes da cidade.

 Começa então uma guerra entre os poderosos, onde apenas o mais soberano manteria o poder sobre todas as outras famílias, que é marcada por toda a transformação que vai ocorrer, tanto no seio da família Corleone, mas também em toda a sociedade norte americana da época e a sua influência para o resto do mundo pós guerra.

Mas não é apenas pela ação e pela magnitude da produção que o filme vale à pena ser "apreciado" (aqui vai uma singela homenagem deste que vos escreve: O Poderoso Chefão não deve ser apenas visto, ele merece a verdadeira contemplação de uma obra de arte). O filme possui uma soberba direção, fotografia e trilha sonora. Tem um roteiro invejável. Tal roteiro não se foca apenas em cenas violentas, mas também tem aborda um drama familiar verdadeiramente comovente. 

A difícil e frágil relação entre Don Vito (interpretado por Marlon Brando, naquela que acredito ser a mais assombrosa interpretação de um ator no cinema norte americano) e seu filho querido Michael, (vivido pelo então iniciante Al Pacino), é tão real e profunda que chega a aliviar um pouco a tensão gerada pela história central. A violência dá lugar à um amor tão forte e tão cúmplice, que você chega a esquecer que se trata de um filme sobre gangsters.

Al Pacino assume a frente do filme em determinado momento da trama, de modo que é importante que entendamos sua relação com o protagonista da primeira metade do filme. Seu personagem é complexo e profundo, mostrando-se relutante em assumir os “negócios da família” e desejando seguir uma profissão honesta e digna, diferente da bagunça em que sua família toda estava metida, tornado-se de certa forma uma ovelha negra. 

Mas apesar de suas convicções, é Michael que tem a maior capacidade intelectual e emocional de comandar os negócios da família, deixando-o assim dividido entre suas convicções e sua vontade desesperada de agradar seu pai pelo menos uma vez.

É também pelo roteiro, juntamente com uma direção espetacular, que somos levados cenas inesquecíveis. A sangrenta e famosa “seqüência da cabeça do cavalo” é simplesmente genial e ousada, sendo até hoje uma das mais fortes do cinema. 

Igualmente forte, só que de maneira diferente, é a cena derradeira de Don Vito Corleone no jardim de sua casa, brincando com o neto, chega a ser uma verdadeira aula de dramaturgia (em meus exageros de fã costumo dizer que têm atores que passarão a carreira inteira tentando "aprender" a interpretar essa cena). 

Os momentos em que a talentosa Diane Keaton (um dos poucos nomes femininos da trama) aparece são também inestimáveis, já que sua personagem é a mais forte do elenco feminino. Sua Kay Adams passa da frágil moça de New Hampshire, para uma forte e decidida mãe e esposa de Michael, mesmo desaprovando as ações do novo "Padrinho".

A soma de um elenco fora de série, com um diretor lendário e um roteiro impecável faz de O Poderoso Chefão um dos mais respeitados filmes da história do cinema. Seu poder e grandiosidade são elementos que até hoje não foram destruídos pela passagem de tempo. Mesmo sendo um filme de mais de 40 anos continua sendo surpreendentemente atual e necessário para qualquer um que se digne a dizer que gosta de cinema.

Algo raro de acontecer com filmes antigos, esse não se tornou brega ou ultrapassado em nenhum sentido, sendo até hoje tão forte e impactante quanto era em sua época de lançamento. 

Por essas e por (muitas) outras, O Poderoso Chefão é tão essencial na história do cinema, não se pode pensar em falar sobre o tema, sem citar a inesquecível obra de Coppola. Muitos (como eu) o consideram o melhor filme de todos os tempos. Talvez não seja “o melhor filme do mundo”, mas deu início a uma das maiores e melhores trilogias de todos os tempos, mostrando ser tão poderoso e eterno quanto a personagem inesquecível que o protagoniza.

Quando fiz esse texto, além da minha adoração por esta obra de arte, levei em consideração o quanto as personagens de O Poderoso Chefão servem como objeto de analise para quem pretende trabalhar com aspectos humanos, eu que gosto de política, enxergo na obra de Coppola um verdadeiro "Manual" a ser seguido. Só em escrever essas linhas, já me deu vontade de, pela 81ª vez, assistir a saga da Família Corleone.

É o que farei!!!


Plano de ação

Nesta postagem, vou escrever sobre um tema que considero interessante e muito importante para o desenvolvimento de trabalho e também, por que não, como meta a ser trabalhada em outras diversas áreas da vida humana: Como transformar uma ideia em algo possível, realizável? 

O primeiro passo é estabelecer qual o objetivo que você deseja alcançar, qual a meta que deseja atingir (nada de "Síndrome de Dilma", ou seja, dobrar uma meta sem saber qual é), estabelecido esse objetivo, é necessário que seja realizado um levantamento sobre as condições necessárias para atingir essa meta/objetivo (é quando você identifica a viabilidade de seu objetivo).

Mas qualquer que seja seu objetivo, você não terá sucesso, a menos que tenha uma estratégia e um plano detalhando o caminho a tomar para atingir seu objetivo. Este plano define o que precisa ser feito, quando precisa ser feito, por quem será feito e que recursos serão necessários. O plano de ação é o processo de operacionalização do objetivo, e deve explicitar claramente alguns pontos importantes, que vou nomear aqui:
  1. O objetivo que deve se alcançado.
  2. Os passos que devem ser seguidos para atingir este objetivo, ou seja, as atividades que devem ser executadas.
  3. A sequência lógica em que estas atividades devem ser executadas.
  4. As datas para início e término de cada atividade.
  5. O responsável pela execução de cada atividade.
  6. Os recursos necessários para a execução de cada atividade
  7. Os resultados intermediários (metas) a serem atingidos ao final de cada atividade.
  8. Os indicadores que servirão par avaliar se as atividades foram executadas a contento.
Ao elaborar o seu planejamento, tome cuidado para prevenir algumas falhas que podem comprometer o seu plano de ação e assim, comprometer o exito de seu projeto:

  • Pretender a realização de muito trabalho em curto espaço de tempo.
  • Não considerar adequadamente as necessidades de recursos humanos (disponibilidade de tempo, competências, etc.).
  • Mau dimensionamento de recursos materiais, instalações, logística, etc.
  • Omitir algum passo importante.
  • Não detalhar suficientemente as atividades.
  • Ignorar dependências entre atividades e não sequenciá-las corretamente.
  • Não esclarecer corretamente quem tem responsabilidade e autoridade para cada atividade a ser executada.
Assim, para assegurar que o seu plano de ação obtenha sucesso, isto é, que as atividades aconteçam na forma e no momento em que foram planejadas, é fundamental que todas as unidades e pessoas envolvidas na execução participem no planejamento. Isto inclui as pessoas diretamente responsáveis pela execução, bem como os gerentes das unidades responsáveis por atividades de apoio, fornecimento de recursos, logística. 

Por isso é importante que haja uma definição clara das atribuições de cada um dos envolvidos e escolher esses envolvidos de forma criteriosa e de acordo com as habilidades necessárias para a realização das tarefas planejadas. Tanto a centralização exagerada, quanto a delegação sem critérios, são falhas graves na execução de seu plano de ação, o que provavelmente vai comprometer o sucesso de sua empreitada.

Mas como planejar as atividades, se valendo de uma sequência lógica?

Para isso é necessário entender que,  as atividades são os passos que você necessita executar para obter os resultados intermediários que contribuirão para a realização do objetivo final.
Assim, o ponto inicial é o objetivo desejado, que são distribuídos pelos resultados intermediários e nos passos requeridos para atingi-los. Estes passos devem ser ordenados numa sequência lógica, e alguém deve assumir a responsabilidade de fazê-los acontecer. E deve ser estabelecido uma forma de analise e acompanhamento de resultados. Isso é fundamental para você conseguir visualizar se as ações estão ocorrendo da forma como foram planejadas (isso faz com que você tenha condições de alterar procedimentos ou pessoas, para que rumos possam ser redefinidos)
Antes de detalhar cada passo, é necessário definir uma estratégia de como chegar ao resultado final. A melhor maneira de fazer isto é realizar uma reunião para identificar as possíveis opções e decidir qual faz mais sentido, considerando os critérios apropriados, como recursos humanos disponíveis, custo, tempo e outros.
Quando chega o momento de planejar o tempo necessário, o "segredo" do sucesso está na sequência, isto é, fazer as coisas na ordem certa e assegurar que não haja interrupções e esperas causadas por uma atividade que já devia ter sido feita e ainda não foi.  A definição de quando cada atividade deve ser realizada requer as seguintes etapas:
  1. Estabelecer quando o resultado final deve ser atingido.
  2. Identificar as dependências entre atividades, ou seja, que atividades só podem ser iniciadas após a conclusão de determinadas atividades.
  3. Identificar as atividades que podem ser total ou parcialmente simultâneas (paralelas).
  4. Estabelecer uma data realista para o início de cada atividade.
  5. Calcular a duração de cada atividade.
Cumpridas as etapas acima, você deve representar graficamente o planejamento de execução usando um cronograma. Assim, ficará mais fácil verificar se há conflitos ou incoerências que possam prejudicar o bom andamento da execução. A visualização do plano de ação faz com que você e o restante da sua equipe, consigam ter uma noção mais física e abrangente do processo como um todo.
Para finalizar, como estabelecer a sua responsabilidade e a responsabilidade de cada pessoa envolvida na execução do projeto?
A menos que a responsabilidade pela execução de cada atividade seja claramente estabelecida, é certo que nada acontecerá e o plano de ação não passará de um sonho. A responsabilidade deverá ser acompanhada por um nível equivalente de autoridade para resolver prontamente os problemas do dia a dia.
Ao decidir sobre quem deverá ser responsável por determinada atividade, deve-se considerar as características de cada envolvido no projeto (por isso a importância de fazer uma escolha adequada, levando em conta quais as habilidades necessárias para a realização das tarefas):
  • A experiência, conhecimentos e habilidades exigidas pela tarefa.
  • Quem está disposto a aprender, enfrentar desafios e fazer algo diferente e novo.
  • Quem tem disponibilidade para realizar a tarefa na ocasião programada para sua execução.
Se não houver ninguém capacitado, disponível e disposto, torna-se necessária a capacitação de algumas pessoas, ou mesmo a contratação de uma equipe em caráter temporário. Isto poderá requerer ajustes no cronograma de execução e também no orçamento previamente estabelecido para a execução do projeto.
Sei que minha competência como administrador é nula (peço escusas aos amigos administradores pela ousadia em escrever este texto), mas espero ter contribuído, com a minha experiência na execução de projetos, para esclarecer dúvidas sobre a criação de um plano de ação. Meus anos trabalhando com projetos me dão a segurança de expor esse pensamento que coloquei aqui.
Mas como sempre, estou aberto à criticas e considerações.

A escalada da violência no Brasil

Acabo de ler nos noticiários algo que me deixou extremamente estarrecido e preocupado, aliás, deixará qualquer um que tiver acesso à essas informações. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou mais mortes violentas de 2011 a 2015 do que a Síria, país em guerra, em igual período. Pasmem!. 

Foram 278.839 ocorrências de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e morte decorrente de intervenção policial no Brasil, de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, frente a 256.124 mortes violentas na Síria, entre março de 2011 a dezembro de 2015, de acordo com o Observatório de Direitos  Um detalhe muito sério, visto a brutalidade que se assiste sobre o conflito sírio.

Apenas no ano passado, foram mortos violentamente e intencionalmente 58.383 brasileiros, resultado que representa uma pessoa assassinada no país a cada 9 minutos, ou cerca de 160 mortos por dia. Foram 28,6 pessoas vítimas a cada grupo de 100 mil brasileiros. Isso é um absurdo e não venham aqui dizer que isso foi decorrente apenas de guerras de gangues, falamos de qualquer um, de mim, de você!

Dessas 58.383 mortes violentas no Brasil em 2015, 52.570 foram causadas por homicídios, 2.307 por latrocínios; 761 por lesão corporal seguida de morte  e 3.345 por intervenção policial. São dados que assustam qualquer cidadão que saia de casa para trabalhar e não sabe se volta para casa. Ou nossos filhos que saem para escolas ou festas e podem se tornar estatísticas desse perverso e cruel cotidiano brasileiro.

Essa verdadeira "Guerra" travada nas ruas das grandes cidades brasileiras acaba sendo um reflexo do fracasso que os poderes públicos constituídos (em todas as suas esferas: Federal, Estadual e Municipal) tiveram, ao longo dos anos, em planejar políticas públicas eficazes na área de segurança pública. O Estado brasileiro está muito aquém das necessidades da sociedade, o mais triste é notar que alguns gestores (principalmente os municipais) "fingem" que o problema não é com eles e se omitem na hora de enfrentar a situação.

Algo precisa ser feito, com urgência, estamos cansados de assistir nos noticiários mães assassinadas em porta de escolas, pais assassinados na frente da filha em supermercados (falando apenas de nossas mais recentes tragédias aqui em Porto Alegre). A sociedade clama por providências e não aceita mais que os gestores fiquem omissos à essas necessidades. Tenho medo de andar nas ruas de Porto, assim como, tenho em andar nas ruas das grandes cidades desse País, isso tem que acabar!

Para quem interessar, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que está em sua 10ª edição, será lançado no dia 03 de novembro pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. recomendo a leitura.

Frase do dia

Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra!

Apparicio Torelly, o Barão de Itararé

Mentalidade Esquerdista III

Dando prosseguimento aos textos que me comprometi a fazer, divagando sobre o que chamo de "Mentalidade Esquerdista", vou falar sobre um tema que é bem recorrente nesse universo do pensamento de esquerda. Provavelmente essa seja o texto que mais causará indignação por parte dos amigos esquerdistas que tenho (que não são poucos), mas conforme os leitores do blog já sabem, não abro mão de expressar o que penso aqui nesse espaço, e quem tiver algum contraditório a fazer, que o faça através de um outro texto.
Pois bem, o assunto que abordarei diz respeito a "Arrogância" do pensamento do militante de esquerda, essa arrogância se faz presença em textos, discursos e ações de um movimento ou de um militante de esquerda, é difícil encontrar um esquerdista que ainda não tenha inventado uma nova "solução" para os "problemas" da sociedade.  Com frequência, tem-se a impressão de que existem mais soluções do que problemas.  A realidade, no entanto, é que vários dos problemas de hoje são resultado das soluções de ontem.
Na visão de mundo da esquerda existe a presunção de que pessoas imbuídas de elevados ideais e princípios morais (esquerdistas, obviamente) sabem como tomar decisões para outras pessoas de forma melhor e mais eficaz do que estas próprias pessoas. Parece exagero, mas basta analisar os discursos da esquerda e você poderá notar isso de forma bem clara.
Esta presunção arbitrária e infundada é encontrada em praticamente todas as políticas e regulamentações criadas ao longo dos anos, desde renovação urbana até serviços de saúde.  Pessoas que nunca gerenciaram nem sequer uma pequena farmácia (muito menos um hospital) saem por aí prescrevendo regras sobre como deve funcionar o sistema de saúde, impondo arbitrariamente seus caprichos e especificidades a médicos, hospitais, empresas farmacêuticas e planos de saúde. Mesmo que isso implique em contradizer tudo aquilo que as categorias envolvidas no processo possam pensar ou entender. Valerá o pensamento do "iluminado" esquerdista, detentor de todas as respostas do mundo.
Uma das diversas "cruzadas" internacionais empreendidas por intrometidos de esquerda é a tentativa de limitar as horas de trabalho de pessoas de outros países (especialmente países pobres) em empresas operadas por corporações multinacionais.  Um grupo de monitoramento internacional se autoatribuiu a tarefa de garantir que as pessoas na China, por exemplo,  não trabalhem mais do que as legalmente determinadas 49 horas por semana.
Por que grupos de monitoramento internacional, liderados por americanos e europeus abastados, imaginam ser capazes de saber o que é melhor para pessoas que são muito mais pobres do que eles, e que possuem muito menos opções, é um daqueles insondáveis mistérios que permeiam a inteligência da esquerda. Interessante aqui é você perceber que esse movimento esquerdista está longe de ser um movimento das chamadas "bases trabalhadoras", na verdade, esse grupo que determina essas ações é formado por grupos econômicos muito bem consolidados.
Parece que simplesmente não ocorre aos intrometidos que as corporações multinacionais estão expandindo as opções para os pobres dos países do terceiro mundo, ao passo que as políticas defendidas pela esquerda estão reduzindo suas opções.
Os salários pagos pelas multinacionais nos países pobres normalmente são muito mais altos do que os salários pagos pelos empregadores locais.  Ademais, a experiência que os empregados ganham ao trabalhar em empresas modernas transforma-os em mão-de-obra mais valiosa, e fez com que na China, por exemplo, os salários passassem a subir a porcentagens de dois dígitos anualmente.
Nada é mais fácil para pessoas diplomadas do que imaginar que elas sabem mais do que os pobres sobre o que é melhor para eles próprios.  Porém, como alguém certa vez disse, "um tolo pode vestir seu casaco com mais facilidade do que se pedisse a ajuda de um homem sábio para fazer isso por ele". Essa premissa cabe perfeitamente no que quero colocar neste texto, a premissa de que, a arrogância da esquerda acaba por trazer mais problemas do que soluções. É uma roda que gira sempre no sentido contrário aos interesses daqueles que a esquerda alega defender e proteger.
Não quero aqui ofender a integridade de ninguém, não é o meu perfil tecer críticas pessoais a quem quer que seja. Quando pontuo a questão da arrogância, o faço em função de uma linha de pensamento/conduta que tenho observado e estudado ao longo de quase 30 anos de militância política, inclusive, como a maioria de minha geração, tendo começado minha militância em partidos de esquerda. Minhas considerações são no intuito de provocar o debate e discussão sobre os posicionamentos da esquerda e permitir que a geração que se encontra ai no processo político, possa ter a opção de "pensar diferente" e não somente ser refém de uma só mentalidade ou uma só linha de pensamento.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O Concilio de Trento

Os amigos sabem que sou católico e como tal, estudo vários aspectos que considero de extrema importância para o fortalecimento de minha fé e da minha conduta como católico. A Santa Madre possui uma história riquíssima e que durante os últimos anos, vem sendo deturpada e até mesmo inverdades estão sendo propagadas. Em função disso, eu vou passar a escrever um pouco mais sobre a história do Cristianismo.
Hoje eu resolvi abordar um fato histórico muito importante, que aconteceu no século XVI e foi de suma importância para os destinos da Santa Madre nos anos que vieram a seguir. Estou me referindo ao "Concílio de Trento", que foi o XIX concílio ecumênico da Igreja, realizado entre os anos de 1545 e 1563.
Requisitada por várias partes e por muitas pessoas, dentre as quais o próprio Martinho Lutero por objetivos particulares e para escapar da condenação papal, a convocação de um concílio ecumênico concretizou-se só em 1545, após as malogradas tentativas realizadas pelo papa Paulo III em Mântua em 1537 e em Vicenza em 1538 e após o fracasso do colóquio de Ratisbona (1541) entre católicos e protestantes por iniciativa do imperador Carlos V. As provocações de Lutero e as diversas disputas entre as correntes de pensamento da Igreja e a influência exercida pelos príncipes, principalmente os germânicos.
Convocado para ser realizado na cidade italiana de Trento, em 1542,  (cidade pertencente ao Império e, como tal, aceita pelos alemães e também pelos italianos), o concílio teve que ser adiado em função da retomada da guerra entre Francisco I e Carlos V, ficando para começar em 1545, ou seja, após a paz de Crépy (ocorrida em 1544) onde os dois soberanos haviam concordado em celebrar um concílio, comprometendo-se a respeitar as suas decisões. (note bem ai a importância da relação entre o poder eclesiástico e o poder dos príncipes e reis da época)
O Concilio de Trento finalmente foi convocado pelo papa Paulo III em sua bula "Laetare Jerusalem" (de novembro de 1544) e aberto no dia 13 de dezembro de 1545. A bula papal destinava ao concílio as seguintes tarefas: 
1) A condenação dos erros em matéria de fé, a reforma dos abusos 
2) A reconstituição da unidade da Igreja, 
3) A cruzada contra os turcos.
Tiveram direito a voto (com o método de votação por cabeça) os cardeais, os bispos residenciais, os gerais das Ordens religiosas e os representantes das congregações monásticas. Também se fizeram presentes, embora sem direito a voto, inúmeros teólogos, representantes das mais diversas correntes teológicas, e os embaixadores dos príncipes católicos (novamente perce-se aqui a influencia da nobreza)
Os trabalhos do concílio giravam em torno das congregações dos teólogos (reuniões de caráter privado e meramente consultivo), as congregações gerais dos padres (em que cada qual com direito a voto exprimia o seu parecer acerca das propostas de dogma ou de reforma) e as sessões solenes, que sempre ocorreram na catedral de Trento e em que se votavam definitivamente os decretos convencionados.
Das 10 sessões solenes desse primeiro período (oito em Trento e duas em Bolonha), a mais importante foi a quarta (Abril de 1546), em que foi promulgado o decreto sobre a Sagrada Escritura (da qual foi estabelecido o cânon) e sobre as tradições apostólicas orais que devem ser acolhidas com a mesma reverência que a Sagrada Escritura (essa era uma enorme divergência que ocorria à época, seguir os evangelhos ou aceitar as demais tradições passadas de gerações e originalmente atribuídas aos apóstolos)
Na mesma sessão, foi aprovado o decreto sobre a edição Vulgata da Bíblia, ou seja, foi decidida a atribuição de autenticidade jurídica à tradução latina da Bíblia realizada por são Jerônimo, que a Igreja já utilizava havia séculos, mas que não tinha sido originalmente aceita pela cúpula da Santa Madre.
Na quinta sessão (junho de 1546), foi aprovado o decreto sobre o pecado original voltado tanto contra algumas instâncias otimistas pelagianas como contra o pessimismo luterano que afirmava que o pecado original permanecia mesmo após o batismo (um ponto importantíssimo nas diferenças existentes entre o pensamento luterano e os princípios da Igreja Católica)
Na sexta sessão (janeiro de 1547), foi aprovado o decreto sobre a justificação, estruturado em 16 capítulos, em que se expunha a doutrina a ser aceita como verdadeira e, em 33 cânones, em que se condenavam os erros. Esse decreto, um dos mais importantes do Concílio Tridentino, constitui a resposta do magistério da Igreja à doutrina da graça e da justificação de Lutero e enfatiza que, na obra de justificação, a vontade humana atua juntamente com a graça divina, rejeitando assim a noção protestante de justiça puramente imputada.
Na sétima sessão (março de 1547), foi aprovado por unanimidade o decreto sobre os sacramentos, sinais eficazes da graça instituídos por Cristo, para os quais se reforçou o número de sete sacramentos. Além desses decretos dogmáticos, nesse primeiro período do concílio também foram aprovados alguns decretos de reforma, como os que versavam sobre a obrigação de residência dos bispos, a atribuição de benefícios eclesiásticos e o ensino de teologia e da Sagrada Escritura nas catedrais e nos conventos.
Em 1549, o Papa Paulo III, em decorrência da epidemia de tifo e da transferência do concílio para Bolonha, suspendeu o Concilio de Trento. Essa atitude do sumo pontífice também tinha como objetivo, o de se livrar da excessiva ingerência do rei Carlos V. O Concilio só voltaria a ser reaberto em 1551, após a suspensão, pelo papa Júlio III, sucessor de Paulo III, o Concílio de Trento chega a ter seis sessões solenes, mas é novamente suspenso em abril de 1552, devido ao fracasso das negociações com os protestantes e à traição de Maurício da Saxônia, que passara a apoiar os franceses.
Contudo, no decorrer dessas sessões, o Concílio não deixou de discutir e aprovar importantes decretos, como os que versavam sobre a presença real de Cristo na Eucaristia (doutrina da transubstanciação), sobre a penitência (necessidade da confissão auricular) e sobre a extrema-unção.
Concílio de Trento foi retomado novamente, sobretudo graças ao papa Pio IV, sucessor de Paulo IV. Caracterizado por uma presença cada vez maior de padres, nesse terceiro período do Concílio foram realizadas nove sessões solenes.
Na de fevereiro de 1562 (a XVIII sessão solene do Concílio), foi promulgado um decreto determinando a redação de um novo Índice de livros proibidos (livros estes que a Igreja considerava de cunho herege ou que vinham de encontro ao pensamento e a determinação dos escritos católicos)
Na sessão de julho de 1562 (a XXI), foi aprovado o decreto sobre a comunhão "sub utraque specie", que afirmava a presença real de Cristo sob cada uma das duas espécies do pão e do vinho, no momento da Eucaristia. Um reforço sobre aquilo que contradizia Lutero, de que a celebração era apenas "alegoria" e não representa um dogma.
Na XXII sessão, de setembro, tratou-se do sacrifício da missa.
Na sessão de 1563 (a XXIII), provavelmente a sessão mais concorrida, discutiu-se o sacramento da ordem sacra.
Dentre outros, destaca-se o cânon XVIII com o qual foram instituídos os seminários diocesanos para a formação intelectual e pastoral dos chamados ao sacerdócio.
Na XXIV sessão, de novembro de 1563, foram promulgados um decreto dogmático sobre o sacramento do matrimônio e numerosos decretos disciplinares referentes aos sínodos diocesanos anuais, aos concílios provinciais trienais, às visitas pastorais, à pregação, à instrução religiosa do povo, à atribuição de benefícios eclesiásticos. Acredito aqui ser importante para os atuais "defensores" de casamentos gays e afins, darem uma estudada para entender melhor o que significa o sacramento do matrimônio.
A última sessão solene (a XXV) estendeu-se excepcionalmente por dois dias, de 3 a 4 de dezembro de 1563, e abordou questões dogmáticas relativas ao purgatório, às indulgências, ao culto aos santos, à veneração das imagens de Cristo, de Nossa Senhora e dos Santos, além de várias questões disciplinares, nesse aspecto aqui também é importante um aprofundamento dos estudos dessas resoluções, para melhor entender a diferença entre reverência e adoração de imagens.
A assembléia conciliar foi encerrada pelo cardeal Morone, que teve papel importante no projeto de reforma desse terceiro período do Concílio, cabendo ao papa Pio IV aprovar todos os decretos conciliares, conferindo-lhes força de lei.
No dia 13 de novembro de 1564, o próprio papa publicou a "Professio fidei tridentina" com uma profissão de fé relativa a todas as decisões dogmáticas do Concílio e uma promessa de obediência à Santa Sé. Esse documento continua disponível para a consulta de qualquer pessoa, no site da Igreja e deveria ser estudado por mais pessoas, sejam elas católicas ou não, para melhor compreender a essência do pensamento e da prática católica.
Espero ter sido didático o suficiente para que desperte a curiosidade do leitor em procurar saber mais sobre a história da Igreja. O Brasil ainda é o maior País católico do mundo, mas cada dia que passa, os fiéis estão se afastando dos ensinamentos da Igreja. deixando de lado importantes aspectos de ética e moral que permanecem sólidos, mesmo com uma instituição que se mantém de pé, por mais de 2.000 anos.

Ditadura...o que é isso?

Eu venho observando atentamente os acontecimentos políticos que assolam nosso País nesses últimos anos que porque não, mais acentuadamente em período eleitoral), e percebo muita gente falando bobagens, empregando termos que não tem sentido com o que querem identificar. 
Em função disso, resolvi me ater sobre alguns desses temas, visando contribuir de alguma forma para que. aos menos, se não desistirem de algumas bobagens, pelo menos falem sobre elas de uma maneira mais correta. 
Hoje vou escrever um pouco sobre o que vem a ser uma "Ditadura", palavrinha tão evocada por muitos, mas que poucos, de fato, conhecem o seu verdadeiro e real significado. Ditadura significa um sistema político em que uma pessoa ou um grupo de pessoas exercer todos os poderes absolutamente, sem nenhuma lei ou instituição é o limite. (a lei no caso, é exclusivamente a vontade dessa pessoa ou grupo, mesmo que exista um congresso constituído, esse congresso atua sob à vontade de quem detêm o poder ditatorial.
A origem do termo remonta à Roma antiga , onde a ditadura significava um estado da República Romana como um magistrado (o ditador ) foi confiada temporariamente e plenos poderes legais em caso de doença grave. O termo vem do latim "dictatura" que designava na época da República de um excelente banco, que deu todo o poder de um homem (o ditador, etimologicamente "o alto-falante"). O Supremo Judicial contém regras específicas e nomeação temporária (máximo de seis meses), foi concedida em caso de grave perigo contra a República. Ele foi abolida após as ditaduras de Cila e Júlio César.
A palavra utilizada agora é ditador, em vez tirano na antiguidade ou déspota no Antigo Regime. Este significado que se desenvolveu durante a Revolução Francesa é usado principalmente para o período contemporâneo e ai vem a utilização indevida do termo por alguns, não contendo o verdeiro sentido pelo qual foi criada na antiguidade.
Aristóteles , em sua tipologia dos regimes, afirma que ditadura é uma forma de tirania, de um governo corrupto, exercido por um ou um grupo de pessoas.
Montesquieu, em seu livro O "Espírito das Leis", afirma que o "déspota (ditador) não respeita a vontade da sociedade, e consolida o seu poder e sua força através do medo e da violência.
A ditadura acaba por ser definida como uma autocrática forma de gestão, onde o poder é exercido por um homem, o ditador, ou por um grupo hegemônico (forças militares ou partidos políticos). Por este motivo é importante que, ao analisarmos uma ditadura, possamos estar abertos para suas variantes e não somente estabelecer um padrão único definido. Existem muitos países contemporâneos que alegam viver em uma democracia, quando na verdade, estão vivendo sob o julgo de uma ditadura.
Para alguns estudiosos, uma ditadura é uma forma de governo que tem o poder de governar sem o consentimento daqueles que estão sendo governados (semelhante ao autoritarismo ), enquanto que o totalitarismo descreve um estado que regula quase todos os aspectos do comportamento público e privado das pessoas.
Em outras palavras, a ditadura diz respeito à fonte do poder que governa e o totalitarismo diz respeito ao alcance do poder de governar.
Neste sentido, a ditadura (governo sem o consentimento das pessoas) é um contraste com a democracia (governo cujo poder vem do povo) e totalitarismo (governo controla todos os aspectos da vida das pessoas) se opõe pluralismo (o governo permite que múltiplos estilos de vida e opiniões). Essas diferenciações se tornam importantes, pois vejo que muita gente acaba confundindo os conceitos, não separando as ações que são pertinentes à cada um dos termos (lembram quando iniciei o texto falando das "bobagens ditas"?)
Outros estudiosos enfatizar a onipotência do Estado (com sua consequente suspensão dos direitos) como elemento-chave de uma ditadura e argumentam que tal concentração de poder pode ser legítima ou não, dependendo das circunstâncias, os objetivos e métodos utilizados. Esses estudiosos, muitos deles de viés autoritário, utilizam desses argumentos para justificar determinados atos ditatoriais empregados por governos, alegando que tais atos são necessários para a manutenção da ordem e da liberdade dos indivíduos.
Existem algumas formas de ditaduras, vou exemplificar algumas aqui:
1) Ditadura Militar: Originalmente causadas por golpes militares contra governos eleitos democraticamente, mas que não possuaim força bélica e apoio popular suficiente para garantir a sua manutenção no poder
2) Ditadura de Partido Único: Geralmente ocorre após uma revolta ou revolução popular, que acaba por levar ao poder um determinado partido. A partir deste momento, a burocracia deste partido passa a determinar o funcionamento da máquina estatal. nesse caso, a figura do ditador passa a ser transitória, depende daquele que o partido determinar na ocasião.
3) Ditadura Personalista: A chamada "Ditadura Clássica", aquela exercida e pavuimentada na figura de uma liderança política (geralmente um político populista, de oratória eloquente e com domínio sobre as forças militares, sendo ele militar ou não). Seu poder se mantem graças a sua personalidade forte, que buscar implantar o medo como forma de controlar a sociedade e manter seu dominio sobre ela.
4) Ditadura Hibrida: É uma forma de ditadura que carrega elementos das citadas anteriormente, geralmente se fortalece na figura de um exercito forte, um líder personalista e uma burocracia muito bem estabelecida que proporciona a manutenção do poder por parte desse grupo.
Como os leitores sabem, eu não tenho a pretensão de ser o "Dono da Verdade", busquei aqui apenas mostrar um pouco da história do conceito de ditadura, com a finalidade de buscar esclarecer alguns argumentos que são disseminados na seara política do País. O tema é bem mais amplo do que o exposto aqui, me baseei apenas nas minhas leituras e pesquisas, buscando apresentar uma visão "didática" do tema, espero que sirva de contribuição para os debates vigentes.

Frase do dia!

"Tudo seria fácil, se não fossem as dificuldades!"

Apparicio Torelly, o Barão de Itararé

Mentalidade Esquerdista II

Conforme eu escrevi ontem, darei continuidade aos textos falando sobre a tal "mentalidade Esquerdista", nesta postagem de hoje, vou abordar um tema que é recorrente nas discussões envolvendo esquerdistas em suas diversas áreas de atuação, estou me referindo a questão dos "pobres".
A esquerda sempre se arrogou a função de protetora dos "pobres". Esta é uma de suas principais reivindicações morais para adquirir poder político, em toda a participação política da esquerda seja em eleição ou em propaganda cultural, a questão de "defensora dos pobres" está sempre presente. Porém, qual a real veracidade desta alegação?
É verdade que líderes de esquerda em vários países adotaram políticas assistencialistas que permitem aos pobres viverem mais confortavelmente em sua pobreza, fazendo até alguns inocentes ou mal intencionados a acreditar que esse tipo de política "resolve" todas as mazelas da pobreza.  Mas isso nos leva a uma questão fundamental: quem realmente são "os pobres"?
Se nos limitarmos a acreditar na definição de pobreza inventada por burocratas, como aquela que inclui um número de indivíduos ou de famílias abaixo de algum nível de renda arbitrariamente estipulado pelo governo, então realmente é fácil conseguir estatísticas sobre "os pobres", ao estabelecer as metas (mesmo quando não tem ideia de quais sejam, vide Dilma Vana Rousseff), fica fácil para qualquer governo apregoar a diminuição deste ou daquele problema social, baseado em pura estatística manipulada  Elas são rotineiramente divulgadas pela mídia e gostosamente adotadas por políticos (quem não gosta de "surfar" na popularidade assistencialista?).  
Mas será que tais estatísticas têm alguma relação com a realidade?
Houve um tempo em que "pobreza" tinha um significado concreto (uma quantidade insuficiente de comida para se manter vivo, ou roupas e abrigos incapazes de proteger um indivíduo dos elementos da natureza), ficava visível, portanto, identificar se determinadas medidas eram eficazes ou não.
Hoje, "pobreza" significa qualquer coisa que os burocratas do governo, que inventam os critérios estatísticos, queiram que signifique, atente para o detalhe: Quanto maior o índice de "pobreza" identificado/estipulado, maior será o investimento a ser utilizado para combater a situação. Criando um sistema de colocação de recursos altos nessas ações, trazendo um enorme "poder" de resolução do tal problema e, consequentemente, mais votos e mais poder político (existe um vídeo do ex-presidente Lula falando que: "A gente falava sobre o número que quisesse para os europeus e eles acreditavam...)
Em vários países do mundo, não são poucas as pessoas que são consideradas pobres, mas que, além de terem acesso a vários bens de consumo que outrora seriam considerados luxuosos (como televisão, computador e carro), são também muito bem alimentadas (em alguns casos, até mesmo apresentam sobrepeso).  
No entanto, uma definição arbitrária de palavras e números concede a essas pessoas livre acesso ao dinheiro dos pagadores de impostos e acabam diminuindo os valores de investimentos necessários para atender outras necessidades da sociedade.
Esse tipo de "pobreza" pode facilmente vir a se tornar um modo de vida, não apenas para os "pobres" de hoje, mas também para seus filhos e netos. Após mais de 10 anos do programa "Bolsa Família" já é possível mensurar qual o real impacto desse programa, mas a cada dia que passa, apenas são aclamados números que passam de 30 milhões de "pobres" que saíram da condição de miséria e ascenderam socialmente (ora, se isso é verdade, então por que continuar com o programa, visto que não deveriam existir mais "pobres" que precisem de auxílio do governo)
Mesmo quando esses indivíduos classificados como "pobres" têm o potencial de se tornar membros produtivos da sociedade, a simples ameaça de perder os benefícios assistencialistas caso consigam um emprego funciona como uma espécie de "imposto implícito" sobre sua renda futura, imposto este que, em termos relativos, seria maior do que o imposto explícito que incide sobre o aumento da renda de um milionário. Parece um exagero mas não é, basta analisar as bravatas e ameaças que são feitas pelos movimentos de esquerda quando se fala em "cortes nos programas sociais", falam isso como uma "conquista" ou seja, usurpam da sociedade produtiva, aquilo que ela gera de riqueza, apenas para manter seus domínios e interesses políticos.
Resumindo, as políticas assistencialistas defendidas pela esquerda tornam a pobreza mais confortável ao mesmo tempo em que penalizam tentativas de se sair da pobreza.  Exceto para aqueles que acreditam que algumas pessoas nascem predestinadas a serem pobres para sempre, o fato é que a agenda da esquerda é um desserviço para os mais pobres, bem como para toda a sociedade.  
Ao contrário do que outros dizem, a enorme quantia de dinheiro desperdiçada no aparato burocrático necessário para gerenciar todas as políticas sociais não é nem de longe o pior problema dessa questão. Se o objetivo é retirar pessoas da pobreza, há vários exemplos encorajadores de indivíduos e de grupos que lograram este feito, e nos mais diferentes países do mundo. Posso citar alguns desses exemplos a seguir:
Milhões de "chineses expatriados" migraram da China completamente destituídos e quase sempre iletrados.  E isso ocorreu ao longo dos séculos.  Independentemente de para onde tenham ido, se para outros países do Sudeste Asiático ou para os Estados Unidos, eles sempre começaram lá de baixo, aceitando trabalhos duros, sujos e frequentemente perigosos, sem nenhum tipo de "segurança" dado aos trabalhadores daquele País onde estavam.
Mesmo sendo frequentemente mal pagos, estes chineses expatriados sempre trabalhavam duro e poupavam o pouco que recebiam.  Isso era uma questão cultural.  Vários deles conseguiram, com sua poupança, sua economia, abrir pequenos empreendimentos comerciais.  Por trabalharem longas horas e viverem de forma austera e determinada, eles foram capazes de transformar pequenos negócios em empreendimentos maiores e mais prósperos.  Eles se esforçaram para dar a seus filhos a educação que eles próprios não conseguiram obter. O resultado deste esforço e desta determinação "cultural" dos expatriados chineses foi que, já em 1994, os 57 milhões de chineses expatriados haviam criado praticamente a mesma riqueza que o bilhão de pessoas que viviam na China. (vide relatórios econômicos do Banco Mundial)
Variações deste comportamento sócio/cultural podem ser encontradas nas histórias de judeus, armênios, libaneses e outros emigrantes que se estabeleceram em vários países ao redor do mundo , como aqui no Brasil. Inicialmente pobres, foram crescendo ao longo de gerações até atingirem a prosperidade.  Raramente recorreram ao governo, e quase sempre evitaram a política ao longo de sua ascensão social. Aliás, para estes povos, o governo mais atrapalha do que auxilia. 
Tais grupos se concentraram em desenvolver aquilo que economistas adoram chamar de "capital humano" (seus talentos, habilidades, aptidões e disciplina). Seus êxitos frequentemente ocorreram em decorrência daquela palavra que a esquerda raramente utiliza em seus círculos refinados: "trabalho" (para alguns esquerdistas soa como uma "blasfêmia"). A "Mentalidade da Esquerda" (promover a inveja e o ressentimento ao mesmo tempo em que vocifera exigindo ter "direitos" sobre o que outras pessoas produziram), é um padrão que tem se difundido em vários países ao redor do mundo.
Esta agenda raramente teve êxito em retirar os pobres da pobreza.  O que ela de fato logrou foi elevar a esquerda a cargos de poder e a posições de auto exaltação, ao mesmo tempo em que promovem políticas com resultados socialmente contraproducentes. Não conseguindo resolver em nada a questão da pobreza, pelo contrário, apenas aumentando essa pobreza e incentivando a criação de uma "pobreza cultural" bem maior até, que aquela pobreza econômica que doravante essas pessoas se encontravam.
Caro leitor, preste bastante atenção em políticos que exaltam a pobreza, que alardeiam que "vieram de baixo" (ai pontuo outro aspecto incoerente, pois se esse tal político dependesse dos tais "programas sociais", jamais teria ascendido à posição de uma liderança política que ambicionasse um mandato eletivo), pois esse tipo de político, além de populista, ele apenas deseja ludibriar a sua boa fé, apelando para um preceito cristão que é a caridade e luta pelos desvalidos. Não se engane, trata-se do famoso "Lobo em pele de Cordeiro"

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Mentalidade Esquerdista I

Caro amigo, preste atenção em algumas situações do cotidiano ao seu redor, principalmente no que tange ao aspecto da violência urbana, cada vez mais frequente e próxima de todos que habitamos as grandes cidades brasileiras. Por exemplo: Quando adolescentes criminosos e assassinos são rotulados de "jovens problemáticos" por pessoas que se identificam como sendo de esquerda, isso nos diz mais sobre a mentalidade da própria esquerda do que sobre esses criminosos violentos propriamente ditos.

Raramente há alguma evidência de que os criminosos sejam meramente "problemáticos", e frequentemente abundam evidências de que eles na realidade estão apenas se divertindo enormemente ao cometer seus atos criminosos sobre terceiros.
Por que então essa desculpa já arraigada?  Por que rotular adolescentes criminosos de "jovens problemáticos" e supor que maníacos homicidas são meros "doentes"?
Pelo menos desde o final do século XVIII a esquerda vem se esforçando para não lidar com o simples fato de que a maldade existe, que algumas pessoas simplesmente optam por fazer coisas que elas sabem de antemão serem erradas.  
Todo o tipo de desculpa, desde pobreza até adolescência infeliz, é utilizada pela esquerda para explicar, justificar e isentar a maldade. 
Todas as pessoas que saíram da pobreza ou que tiveram uma infância infeliz, ou ambas, e que se tornaram seres humanos decentes e produtivos, sem jamais praticarem atos violentos, são simplesmente ignoradas pela esquerda, que também ignora o fato de que a maldade independe da renda e das origens, uma vez que ela também é cometida por gente criada na riqueza e no privilégio, como reis, conquistadores e escravocratas.
Logo, por que a existência do mal sempre foi um conceito tão difícil para ser aceito por muitos da esquerda?  O objetivo final da esquerda sempre foi o de mudar as condições externas da humanidade.  Mas e se o problema não for externo e sim interno?  E se o verdadeiro problema for a perversidade dos seres humanos?
Lá no século XVIII, Rousseau negou essa hipótese e a esquerda a vem negando desde então.  Mas, insisto, Por quê?  
A resposta é simples: Autopreservação.  Afinal, se as coisas que a esquerda quer controlar, instituições e políticas governamentais, não são os fatores definidores dos problemas do mundo, então qual função restaria à esquerda?
E se fatores como a família, a cultura e as tradições exercerem mais influência positiva do que as novas e iluminadas "soluções" estatizantes e impessoais que a esquerda está constantemente inventando?  E se a busca pelas "raízes da criminalidade" não for nem minimamente tão eficaz quanto retirar criminosos de circulação?  
As estatísticas ao redor do mundo mostram que as taxas de homicídio estavam em declínio durante as décadas em que vigoravam as velhas e tradicionais práticas tão desdenhadas pela "Inteligência esquerdista".
Já quando as novas e brilhantes ideias da esquerda ganharam influência, no final da década de 1960, a criminalidade e violência urbana dispararam.
O que houve quando ideias antiquadas sobre sexo foram substituídas, ainda na década de 1960, pelas novas e brilhantes ideias da esquerda, as quais foram introduzidas nas escolas sob a alcunha de "educação sexual" e que supostamente deveriam reduzir a gravidez na adolescência e as doenças sexualmente transmissíveis?  
Tanto a gravidez na adolescência quanto as doenças sexualmente transmissíveis vinham caindo havia anos.  No entanto, esta tendência foi subitamente revertida na década de 1960 e atingiu recordes históricos.
Esses são alguns pontos que abordo sobre a chamada "Mentalidade Esquerdista", de como a esquerda apresenta alguma de suas ideias e soluções para a melhoria da condição humana. Quando colocadas em forma de discurso, são lindas, mas quando vamos analisa-las friamente, percebemos as suas incoerências e ineficiência na busca de resultados concretos. A tal "mentalidade" não passa de um "engodo filosófico" que busca atacar os valores da cultura ocidental, apresentando como alternativa, uma série de ideias frágeis e populistas que servem apenas para apresentar falsas soluções e camuflar a gravidade dos problemas e sua real oportunidade de resolução.
Durante o transcorrer dessa semana, vou buscar escrever um pouco mais sobre essa "Mentalidade Esquerdista", para que o leitor possa analisar, refletir e tirar suas próprias conclusões. Não uso este espaço aqui como um "Altar de Verdades", apenas expresso o meu pensamento e deixo à critério de quem me honra com a leitura, o juízo de valor sobre os pontos abordados.

Frase do Dia

"Pecar é humano, mas perseverar no pecado é diabólico"


São João Crisóstomo

Será que a culpa é das Estrelas?

“A culpa é minha e eu boto em quem quiser!”. A frase é da personagem Hommer Simpson, mas carrega consigo um enorme fundo de verdade. Vira-e-mexe colocamos a "culpa" de nossas dificuldades e frustrações nos outros; aliás, isso é quase um vício que dá um certo alívio, parece que diminui o "peso" da decepção.  ou da sensação de fracasso.

Mas por que fazemos isso? Para mostrar o quanto ninguém é perfeito? Ou por que é mais fácil ficar eternamente agarrado à “Terra do Nunca” ou seja, não crescer e assumir as suas responsabilidades?

Segundo a psicóloga Esmeralda Sarracini: “A tendência do ser humano é não querer ver os seus defeitos, nem admitir os seus problemas. De uma forma projetiva jogamos nossos erros para o outro e evitamos olhar para nós mesmos. Quando a pessoa se sente culpada, se acha fraca e, quando faz o movimento de culpar o próximo, sente-se mais forte, mas na realidade está se defendendo”

Para quem concorda com essa afirmação da Dra. Esmeralda, eu me incluo entre estes, vai entender que esse comportamento, esse processo, nada mais é do que uma tendência infantilizada. É muito comum detectarmos esse comportamento nas crianças. Elas quase nunca admitem os seus erros, preferem apontar o dedo para o coleguinha mais próximo ou aquele que dentro da turma, é o mais fraco e acaba não tendo condições emocionais de reagir (olhai um típico caso do que hoje se chama de Bullyng) 
Mas é preciso amadurecer, senão a vida, na dureza de sua realidade, nos engole. Quando você transfere a "culpa" de seus falhas ou limitações, dá ao outro a responsabilidade pelo seu próprio erro e acaba tirando de você, a possibilidade de aprender com suas falhas e reconhecer os seus limites. Mas como rever este padrão repetitivo? Leio sobre o tema à bastante tempo (uma forma de realizar a minha "auto terapia") e consigo perceber e sugerir 03 reflexões que considero importantes sobre o tema:
1. Quando você acusar alguém, perceba o que o incomoda no outro, analise friamente a situação. não precisa nem contar com a participação desse alguém, faça isso sozinho. Se desculpar com o outro e admitir o erro liberta e é mais nobre e acaba nos deixando mais "leves", menos estressados.
2. Pare de tentar ser perfeito, como diria São Tomás de Aquino: "A perfeição cabe ao divino", seja menos arrogante e assuma suas imperfeições e limites. Todo mundo tem defeitos e fraquezas. Assuma os seus, mesmo que ninguém o faça, pois mais importante do que o pensamento alheio, está o auto conhecimento.
3. Assista ao filme “A Origem” e veja como a personagem de Leonardo DiCaprio é atormentado pela culpa e como ele resolve no final. O curioso desta obra, que em inglês se chama "Inception", é que ela nos remete à criação do mundo. "Inception", em inglês, significa "princípio". Então, ficam as perguntas: “Estaria Deus dormindo ou acordado quando nos criou? E a culpa é divina ou foi criada pelos homens como mais uma forma de controle? Se eu tenho culpa, logo devo a alguém, logo me enfraqueço e sou facilmente manipulado”
Procure ser mais humano, assuma que tem limites e aprenda a conviver com eles. Isso fará de você alguém bem mais honesto, consigo e com os demais, se cobre menos e realize mais, cobrança excessiva somente trás desgastes e frustrações. Fazer bem feito, é dar o melhor de si, nas condições que lhe forem permitidas. Saber conviver com suas limitações, fará de você uma pessoa bem mais feliz e facilitará o seu relacionamento com quem faz diferença na sua vida, nas relações de trabalho e até mesmo, em se olhar no espelho!
Vamos buscar melhorar, sempre!

Uma vez Flamengo...por que não os outros

Entramos em uma semana importantíssima para o futuro do futebol brasileiro. E não falo apenas por ser mais uma decisão de Libertadores (...