“A culpa é minha e eu boto em quem quiser!”. A frase é da personagem Hommer Simpson, mas carrega consigo um enorme fundo de verdade. Vira-e-mexe colocamos a "culpa" de nossas dificuldades e frustrações nos outros; aliás, isso é quase um vício que dá um certo alívio, parece que diminui o "peso" da decepção. ou da sensação de fracasso.
Mas por que fazemos isso? Para mostrar o quanto ninguém é perfeito? Ou por que é mais fácil ficar eternamente agarrado à “Terra do Nunca” ou seja, não crescer e assumir as suas responsabilidades?
Segundo a psicóloga Esmeralda Sarracini: “A tendência do ser humano é não querer ver os seus defeitos, nem admitir os seus problemas. De uma forma projetiva jogamos nossos erros para o outro e evitamos olhar para nós mesmos. Quando a pessoa se sente culpada, se acha fraca e, quando faz o movimento de culpar o próximo, sente-se mais forte, mas na realidade está se defendendo”
Para quem concorda com essa afirmação da Dra. Esmeralda, eu me incluo entre estes, vai entender que esse comportamento, esse processo, nada mais é do que uma tendência infantilizada. É muito comum detectarmos esse comportamento nas crianças. Elas quase nunca admitem os seus erros, preferem apontar o dedo para o coleguinha mais próximo ou aquele que dentro da turma, é o mais fraco e acaba não tendo condições emocionais de reagir (olhai um típico caso do que hoje se chama de Bullyng)
Mas é preciso amadurecer, senão a vida, na dureza de sua realidade, nos engole. Quando você transfere a "culpa" de seus falhas ou limitações, dá ao outro a responsabilidade pelo seu próprio erro e acaba tirando de você, a possibilidade de aprender com suas falhas e reconhecer os seus limites. Mas como rever este padrão repetitivo? Leio sobre o tema à bastante tempo (uma forma de realizar a minha "auto terapia") e consigo perceber e sugerir 03 reflexões que considero importantes sobre o tema:
1. Quando você acusar alguém, perceba o que o incomoda no outro, analise friamente a situação. não precisa nem contar com a participação desse alguém, faça isso sozinho. Se desculpar com o outro e admitir o erro liberta e é mais nobre e acaba nos deixando mais "leves", menos estressados.
2. Pare de tentar ser perfeito, como diria São Tomás de Aquino: "A perfeição cabe ao divino", seja menos arrogante e assuma suas imperfeições e limites. Todo mundo tem defeitos e fraquezas. Assuma os seus, mesmo que ninguém o faça, pois mais importante do que o pensamento alheio, está o auto conhecimento.
3. Assista ao filme “A Origem” e veja como a personagem de Leonardo DiCaprio é atormentado pela culpa e como ele resolve no final. O curioso desta obra, que em inglês se chama "Inception", é que ela nos remete à criação do mundo. "Inception", em inglês, significa "princípio". Então, ficam as perguntas: “Estaria Deus dormindo ou acordado quando nos criou? E a culpa é divina ou foi criada pelos homens como mais uma forma de controle? Se eu tenho culpa, logo devo a alguém, logo me enfraqueço e sou facilmente manipulado”
Procure ser mais humano, assuma que tem limites e aprenda a conviver com eles. Isso fará de você alguém bem mais honesto, consigo e com os demais, se cobre menos e realize mais, cobrança excessiva somente trás desgastes e frustrações. Fazer bem feito, é dar o melhor de si, nas condições que lhe forem permitidas. Saber conviver com suas limitações, fará de você uma pessoa bem mais feliz e facilitará o seu relacionamento com quem faz diferença na sua vida, nas relações de trabalho e até mesmo, em se olhar no espelho!
Vamos buscar melhorar, sempre!
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