O ideário socialista é, na sua mais integra essência, a supressão do poder econômico pelo poder político. A questão ai é que, nada nem ninguém consegue mediar de forma eficaz diferenças entre mais ou menos fortes, sem se tornar mais forte do que ambos, portanto, o socialismo precisa concentrar um poder tão forte que seja capaz apensas de se impor aos pobres, mas de se sobrepor aos ricos também.
Não é possível ao socialismo, enfim, nivelar as diferenças de poder econômico, sem criar desigualdades maiores no poder político. E como a estrutura do poder político não se sustenta sem o dinheiro, não existe como o poder político subjugar o poder sem absorve-lo, tomando as riquezas dos cidadãos e as administrando diretamente.
É por isso que no socialismo, ao inverso do que acontece no capitalismo, não existe diferença o poder político e o domínio das riquezas, ou seja, quanto mais alto é o posto que alcança um sujeito ou de um grupo na hierarquia política, mais riqueza estará a sua disposição. Não haverá classe mais rica do que a dos governantes. Ai vem um dos grandes problemas do socialismo, esse abissal desnível econômico entre o (s) governante (s) não somente tende a crescer. Por este motivo é que todos, sem exceção, líderes de países socialistas acumulam fortunas e por isso também, os países socialistas são ditaduras, pois é a melhor maneira de perpetuar a riqueza acumulada.
A experiência socialista quando não consegue se perpetuar em uma oligarquia burocrática, ela acaba se transformando em um capitalismo altamente selvagem. O socialismo se mantem na promessa de obter um resultado, mas acaba é produzindo um resultado totalmente diverso daquele apregoado.
Basta entender isso para perceber, de cara, que o aparecimento de uma elite burocrática dotada de poder político tirânico e de uma riqueza anormal não é obra do acaso, mas a real consequência lógica e irremediável da ideia socialista. Este pequeno raciocínio está ao alcance de qualquer criatura medianamente dotada de cérebro (falo isso em função das mentes mais fracas serem tentadas a acreditar mais no desejo do que na razão). Eu até posso "perdoar" aqueles mais fracos, que "apostam" seu destino na "loteria da realidade" (como diria Olavo de Carvalho), mas não aceito que pessoas esclarecidas e estudiosas tenham a vocação para fugir de uma analise lógica e realista.
Por mais que possa parecer idiotice pura, isso é humano. O ser humano muitas vezes é cretino o suficiente para insistir em aprender com com a repetição da experiência própria, quando fomos dotados por Deus de um raciocínio lógico justamente para reduzir a quantidade de repetição das experiencias para chegarmos em um aprendizado.
O que não me parece humano, de jeito nenhum, é rejeitar a um tempo a lição da lógica que nos escancara a autocontradição do projeto socialista e a lição maior, que é de que, para redescobrir o que a lógica já havia mostrado, causou a morte de mais de 100 milhões de pessoas em menos de 150 anos. Nenhum Homo Sapiens (ou "Mulher Sapiens" também) tem o direito intelectual de defender e se apegar a uma doutrina ao ponto de exigir que toda a raça humana sacrifique, não apenas a sua inteligência lógica e racional, mas o próprio instinto de sobrevivência da especie.
Essa incapacidade ou recusa em aprender deixa claro o grau de rebaixamento voluntário e maligno da inteligência à um patamar sub-humano, quando de forma consciente o sujeito abre mão de discernir (que é uma característica primária do ser humano...discernir entre o que é ou não é saudável). Concordo com a opinião de que, ser socialista, é se recusar a assumir responsabilidades de uma consciência e inteligência humana.
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