segunda-feira, 23 de julho de 2018

O Anjo Rafael

Resolvi escrever um pouco sobre nomes de anjos e seus significados, buscando mostrar a origem desses nomes e como eles aparecem no imaginário de todos nós, como se fizessem parte de nosso cotidiano. Vou começar por um nome muito conhecido, considerado até nobre, mas que poucos sabem que não pode ser considerado "bíblico", pois ele não aparece em nenhum texto do Livro Sagrado.

De acordo com a tradição católica, o anjo Rafael é um anjo de cura. Ele é chamado de arcanjo, como o anjo Miguel. Por mais absurdo que possa parecer, dada a sua constante "presença" em nossas vidas, o anjo Rafael não é citado em nenhum livro da Bíblia. O anjo Rafael aparece apenas no Evangelho Apócrifo de Tobias. Segundo esse manuscrito, Rafael ajudou um jovem chamado Tobias em sua viagem. Tobias encontrou o anjo Rafael na estrada, disfarçado de homem. Rafael o ajudou a encontrar o caminho e a pescar um peixe. 

Seguindo o conselho de Rafael, Tobias guardou o fígado, o coração e o fel do peixe. O anjo Rafael guiou Tobias para a casa de uma mulher chamada Sara, para que Tobias pudesse se casar com ela. Todos os outros homens que tinham se casado com Sara tinham sido mortos por um demônio na noite de núpcias. Mas Rafael orientou Tobias a usar o coração e o fígado do peixe para afugentar o demônio.

Tobias casou-se com Sara e sobreviveu à noite de núpcias. Então ele voltou com a esposa para a casa de seu pai, que era cego. Instruído pelo anjo Rafael, Tobias usou o fel do peixe para curar a cegueira de seu pai. Depois, o anjo Rafael desapareceu e Tobias nunca mais viu ou teve alguma notícia de Rafael.

Mas o que fala o Livro Sagrado sobre o Anjo Rafael???

A Bíblia não fala nada sobre um anjo chamado Rafael. O Evangelho de Tobias é considerado apócrifo (não aceito como divinamente inspirado), tendo sido retirado das Escrituras por decisão do "Concilio de Niceia", de 325 D.C e também não aparece na Bíblia protestante. 

A Bíblia cita somente o nome de dois anjos de Deus: Gabriel e Miguel.Miguel é chamado um dos príncipes dos anjos, ou arcanjo. Isso significa que poderão haver outros arcanjos mas não sabemos quantos são nem seus nomes. Não podemos afirmar de fato se existe de verdade um anjo chamado Rafael porque a Bíblia não nos dá essa informação. 

Mas o certo é que, Rafael, é um dos nomes de anjo mais difundidos e queridos pelos cristãos do ocidente. Já tendo sido nome de diversos monarcas e nobres, bem como, um nome muito bem visto pela burguesia emergente do século XVII e pelos atuais membros das classes médias cristãs.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Fascismo

Escrevi este texto em 2015, falando sobre o conceito de "Fascismo", como continuo percebendo que a "confusão" continua, estão vou reproduzir o texto novamente:

"Surgido principalmente nos países que chegaram tardiamente no processo industrial e na corrida colonialista durante o século XIX, como Itália e Alemanha e como uma forma de trazer "esperança" para uma enorme camada de campesinos que migraram para os centros urbanos e que acabaram perdendo seus empregos com o final da Primeira Guerra Mundial,

O Fascismo surge como uma força progressista, que buscava promover uma industrialização, através de um resgate de uma imagem nacional...

Afinal de contas, o que vem a ser o Fascismo? Bom, para os esquerdistas atuais, Fascismo está relacionado diretamente aos que são identificados como sendo de direita e ai é que esse "chavão" perde o sentido, pois o Fascismo é a união do poder econômico com o poder estatal, por exemplo, quando te sentes prejudicado por uma empresa privada, podes recorrer ao estado ou a outra empresa privada. Já no Fascismo isso não acontece, pois não existe distinção entre sociedade e estado, uma espécie de "Estado Total”.

Mas espera ai, o "Estado Total" não nos remete ao Socialismo? Claro que sim, pois o socialista não concebe uma sociedade dissociada do estado. E de onde podemos resgatar essa história?

Que tal falarmos de dois pensadores, Hegel e Descartes? O primeiro falava sobre a genialidade humana expressada no estado, já Descartes acreditava que se você é capaz de entender duas ou três leis gerais do Universo, você é capaz de entender o próprio Universo. Hegel fala do estado e Descartes do Individuo. O Fascismo identifica as duas coisas, o homem fascista seria o homem total, a integração entre as duas coisas (Dai a origem de "Integralismo"), uma comunhão entre a totalidade humana e o totalitarismo de estado.

Seria a personificação do "Homme Totale" de Descartes, de onde, ao interpretar as idéias Cartesianas, Heidegger criará o termo "Totalitarismo".

Agora falemos de outro filosofo, Karl Marx. em sua obra "A ideologia Alemã", Marx diz que o homem do futuro, trabalharia de manhã na fábrica, planejaria a empresa na parte da tarde e a noite estudaria filosofia e tocaria violino, a imagem do homem total, integral. Podemos notar ai certa similaridade, correto? Pois é, só que no Totalitarismo do tipo Fascista, se reconhecia ao menos a Igreja como um poder autônomo e independente.

No Totalitarismo socialista isso não existe, pois o estado regula tudo!

E vem dai os elementos totalitários de alguns dos atuais movimentos sociais, ou seja, a idéia de que a política deve permear todas as esferas da vida em sociedade, retirar a tradição do debate público, a cultura da sociedade. Por exemplo, a religião deve se ater ao foro privado e intimo. E ai se deixa de lado o "Consuetudinário", o direito tribal, aquele direito que vem das tradições e vivencias de uma sociedade. Tudo isso é deixado à margem, dai o fato da sexualidade, por exemplo, ter que vir em primeiro lugar que a religião, tirar o crucifixo de órgãos públicos e por ai vai...

Essas premissas só vingam na sociedade moderna ocidental, tenta colocar essas discussões e práticas em uma Arábia Saudita ou em um Irã da vida!!!

Então, queridos leitores, quando você ouvir a alcunha de "Fascista", saiba que estamos falando daquele homem perfeito, integral, completo, o homem que faz parte do ideário socialista, do totalitário e não aquele que quer o estado mínimo, um estado sem cabides de emprego, sem classes privilegiadas que se escoram na eternidade de seus cargos públicos, para reivindicarem reajustes de si próprios. Ser Liberal Conservador, por exemplo, está diretamente oposto ao ser Fascista, isso é coisa de quem somente consegue enxergar a "perfeição", no totalitarismo estatal deixa de lado a cultura e as tradições de uma sociedade."

terça-feira, 17 de julho de 2018

Nascido em 1978

Republico aqui, um texto de meu irmão Marco Campos....vale a pena a leitura, só para constar, ele nasceu de fato em 1978!!!

"Nasci em 1978.
Foi o ano que a China iniciou seu processo de reforma macro-econômica - com Deng Xiaoping.
A modernização da economia chinesa resultante dessas reformas, impulsionou toda a economia mundial do século XXI.

Fomentou a expansão da classe média na China, Índia, Rússia, Brasil, África do Sul...
Mas não apenas nesses países. Outros lugares que até então não conheciam a universalização da classe média se depararam com essa nova realidade.
A chamada “Primavera Árabe” dificilmente aconteceria da maneira que aconteceu sem que antes houvesse o recrudescimento dessa classe média emergente.
Talvez essa nova classe média mundial seja uma possível chave para um acordo de paz definitivo na Cisjordânia com a criação de um Estado Palestino.
Contudo, o ciclo do crescimento chinês começa a dar sinais de caduquice, o que pode pôr em cheque o crescimento da economia global, sobretudo para nós, os emergentes.
Nasci em 1978, o ano que começou o século XXI."

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Encerrando ciclos


Durante 12 anos de minha vida fui casado com uma mulher simplesmente fantástica, que sempre que ia desejar "Feliz Aniversário" para alguém, usava a expressão: "Que o ciclo que se inicia..." Pois bem, para cada ciclo que começa, um ou vários ciclos precisam ser encerrados. Chega a ser quase uma "ação natural"

Eu entendo que sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se a gente insiste em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria, a espontaneidade e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos, game over...não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já realmente se acabaram.  

Você pode passar muito tempo se perguntando por que tal coisa aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. 

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. 


Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. É um erro "parar no tempo" para tentar entender o "Por que" de um final, e pior, as vezes se sentir culpado com esse encerramento. 

O que passou, passou não voltará mais: Eu nunca mais serei um menino, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. Precisamos aprender a arrumar o "armário do nosso passado", a vida está em constante transformação. O ciclo agora encerrado, pode se transformar em um outro ciclo (mesmo tendo as mesmas personagens....apenas muda-se uma parte do roteiro)


Coisas e pessoas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, vender ou doar os livros que tem. 

Tudo neste mundo físico é uma manifestação do mundo metafisico, do que está acontecendo em nossa mente  e o desapega-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras novas tomem o seu lugar. 


Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos e não são devidamente esclarecidos, promessas de trabalho que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. O que virá em seguida será sempre algo novo, diferente. Mesmo que, como disse antes, possa ser vivido com as mesmas pessoas.


Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa, um erro, nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. 

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. 

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem você realmente é e busque incansavelmente a sua felicidade. Não podemos esquecer que a nossa felicidade não está no outro e sim dentro de cada um de nós. Ter consciência disso, é o primeiro passo na escada que leva ao auto conhecimento e a auto aceitação, os pilares da Felicidade.

Lugar Comum


Deixo aos amigos...nesta sexta feira 13...a bela poesia de Gilberto Gil:

"Beira do mar, lugar comum

Começo do caminhar
Pra beira de outro lugar

À beira do mar, todo mar é um

Começo do caminhar
Pra dentro do fundo azul
A água bateu, o vento soprou
O fogo do sol, o sal do senhor
Tudo isso vem, tudo isso vai
Pro mesmo lugar

De onde tudo sai"

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Frase do Dia

"Donum ab hominibus datum fuisse loqui fraudare invicem, sed eorum se dicere" (O dom da fala foi concedido aos homens não para que eles enganassem uns aos outros, mas sim para que expressassem seus pensamentos uns aos outros)

Agostinho, o Santo

terça-feira, 3 de julho de 2018

Assim eu vi o Jogo

Jogo de Copa do Mundo não é fácil. Mas o Brasil mostrava sinais que poderia ter um domínio bem amplo e com certa facilidade, como contra a Sérvia. Não foi isso que aconteceu. O México iniciou o jogo como uma tática meio "louca" de seu treinador. Pareceu que estudou muito bem o Brasil e, por 25 minutos, fez o favoritismo  verde amarelo desaparecer.  Até 3 brasileiros literalmente virarem o jogo. Willian fez seu melhor jogo pela seleção no segundo tempo, Neymar jogou bola e, jogando bola, ninguém é melhor do que ele nesta Copa e Tite mudou o time para equilibrar e superar a armadilha do rival.

O professor Osório foi ousado, chegando as raias da "insanidade tática". A escalação com Rafa Marquéz sugeria uma linha com 5 defensores, mas o que se viu foi o México montado num 4-3-3 que avançava suas linhas e procurava marcar bem alto. 

O trio de atacantes se posicionava nas costas de Paulinho e Casemiro. De frente para a defesa do Brasil, procuravam incomodar ao máximo a chamada "saída sustentada", um mecanismo que foi bem contra a Sérvia e que é uma das marcas registradas do time de "Seu" Adenor.

Um dos entraves que Osório fez foi afastar Coutinho da ligação entre defesa e ataque. O camisa 11 ficou afastado e demorava para fazer as triangulações. Sem Marcelo, o lado que era forte ficou fraco. Apenas Neymar recuava, e a marcação mexicana fechava o cerco sobre ele. Chegou a ter 3 mexicanos contra Neymar, isolado, que era obrigado a recuar. Mas se ele recuou, é porque a bola não chegava com qualidade no ataque.

Era preciso preciso fazer algo quanto a esse cenário apresentado pelo México, e Tite interveio. 

Aos 25 minutos de jogo, a orientação do treinador foi puxar Paulinho para trás e deixar Neymar solto na frente. Na prática, Tite alterou o esquema de jogo do time e passou a optar por  um 4-4-2. A ideia era proteger mais a defesa com Paulinho, mais combativo e forte fisicamente que Paulinho, e afastar o camisa 10 da marcação de Guardado. Junto a Jesus, ele poderia ficar mais perto do gol, e Coutinho não comprometeria tanto se ficasse pelo lado esquerdo.

O jogo ficou equilibrado. Osório demorou a perceber a mudança realizada por Tite, e o lateral continuava a "encaixar" em Neymar assim que ele pegava na bola. O lado direito virava um grande corredor que Coutinho soube, aos poucos, aproveitar. Paulinho fez jogo tático, mas fundamental. Mais centralizado, protegeu bem a defesa e não deixou mais os pontas mandarem no jogo. Com Gabriel Jesus segurando a bola, no chamado pivô, ele teve tempo para infiltrar na área. O Brasil terminou o primeiro tempo com mais chutes a gol e 50% de posse de bola para ambas as equipes. E o México sem levar nenhum perigo ao gol defendido por Allison. 

Veio a segunda etapa e Osório surpreendeu mais uma vez e colocou Layún no lugar de Rafa Marquez. Aberto pela direita, ele teria a missão de ajudar no cerco a Neymar. A mudança se provou um erro terrível do Professor A mudança deu mais espaços para Neymar flutuar pelo campo e sair bastante da esquerda. Mas foi outro jogador que teve um destaque ainda maior. Talvez o mais criticado dessa Copa, Willian foi fundamental não apenas na construção do gol, mas em boa parte do excelente segundo tempo que o Brasil fez.

Além de jogar muito mais, Willian saiu da posição sempre aberta na direita. Passou a flutuar mais por dentro, procurar a bola de Paulinho e Casemiro pelo centro do campo. Nesse movimento, ele não apenas confundiu a defesa do México, mas também dava espaços para Fagner vir por fora e apoiar e até Paulinho, que gosta de aparecer no setor. O gol saiu justamente assim, com Willian vindo buscar uma bola da defesa por dentro, trocando com Paulinho. Toca, levanta a cabeça e vê Neymar aberto. Aí vem a importância da flutuação em campo (marca registrada dessa Seleção treinada por Tite). 

Estar sempre em movimento, uma forma de enganar o adversário e também se apresentar ao gol. Willian tocou para Neymar, que passou por dentro e devolveu. Quando Willian chegou dentro da área, viu pelo menos 3 brasileiros em condições de marcar o Gol. Não basta apenas se movimentar, é preciso estar nos lugares certos e com a intenção de fazer o gol. Jesus, Paulinho e Neymar estavam dentro da área, e até Filipe Luís, o lateral esquerdo, se apresentou com um claro objetivo: só empurrar para a rede.
A abertura do placar no inicio do segundo tempo foi a chave para o Brasil "colocar o jogo no bolso". A consistência defensiva é tão importante quanto o ataque. Com a mudança do esquema para o 4-4-2 com Paulinho e Casemiro próximos, a Brasil trancou o jogo do México, teve menos a bola no segundo tempo é verdade, mas o objetivo era contra-atacar. Fernandinho, possível substituto do amarelado Casemiro contra a Bélgica, e Firmino, entraram no jogo. 

Novo fôlego para lidar com os espaços que começaram a aparecer (fazendo do excelente goleiro Ochôa, o melhor jogador mexicano). E também nas partidas excelentes e seguras de Thiago Silva e Miranda. Uma zaga que transmite segurança em rebatidas e roubadas de bola com um timing certeiro e quase insuperável nessa Copa do Mundo. 

O segundo gol veio em roubada de bola fundamental de Fernandinho, novo lance certeiro de Neymar e Firmino ocupando a área. Tite sempre fala em "plano b" e "plano c". As dificuldades nesta Copa fizeram o técnico lançar mão de vários recursos. Contra a Costa Rica, por exemplo, ele resgatou uma ideia de Guardiola chamada "ataque posicional" (abrir o jogo utilizando as extremas) para romper a difícil defesa com 5 zagueiros. Contra o México, foi a vez de um novo sistema, o 4-4-2, explorar de forma diferente os talentos brasileiros. E por Copa a dentro, "Seu" Adenor vai experimentado a sensação de ser um dos protagonistas desta Copa do Mundo.

Uma vez Flamengo...por que não os outros

Entramos em uma semana importantíssima para o futuro do futebol brasileiro. E não falo apenas por ser mais uma decisão de Libertadores (...