quarta-feira, 3 de junho de 2009

Estamos com fome de Amor...

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar:

"Digam o que disserem, o mal do século é a solidão".
Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma.
Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros
e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos,
chegam sozinhas. E saem sozinhas.

Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes,
os novíssimos "personal dance", incrível.
E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas,
dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar
performances dignas de um atleta olímpico,

fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe,
essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.

Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir",
só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

Quem duvida do que estou dizendo,
dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut,
o número que comunidades como:

"Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada,
"Nasci pra ser sozinho!".

Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos
cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento
e estamos a cada dia mais belos
e mais sozinhos.

Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário,
pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras),
é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.

Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.
Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos,
abobalhados,
e daí?

Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico",
saia gritando e falando bobagens,
você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto,
e cada instante que vai embora não volta.

Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua,
talvez nunca mais volte a vê-la,
quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza?

Um ditado tibetano diz que:
"Se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais,
pra quê pensar nele."

Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou
uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada;

o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out,
que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo,
ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém:

"vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra,
um dos dois ou quem sabe os dois,
vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo,
tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".


Antes idiota que infeliz!

"Arnaldo Jabor."


Eu assino embaixo, afinal não adianta ter sucesso na vida
e ser um cara amargurado,
que ninguém vai visitar, ou nem mesmo liga pra saber como esta?

O bom da vida é isso, ter vida todo para tentar outra vez...

5 comentários:

Thomaz Campos disse...

Meu caro Henrique...

Como sempre vc vai buscar temas pertinentes e muito interessantes...

Todos nós precisamos tanto dar valor à vida...e parar de sempre correr atrás do material, deixando de lado o mais importante de tudo...nós!!!

Eu sempre estou atrás de palavras de um futuro bom!!

Valeu cara...

Rê disse...

Também concordo... e para TER AMIGOS é preciso SER AMIGO !

Anônimo disse...

Oi, pessoas!

Obrigada pela lembrança, mas, desculpem: essa do Jabor é mesmo muito clichê!

Não conheci o tempo em que alguém não foi assim; Em que algum de nós não foi ou agiu exatamente assim (e olha que já vivi mais da metade da expetativa média de "vida" brasileira).
E hoje também não conheço alguém que não aja/seja "isso".
(Ah! exceto nos momentos em que estamos DIZENDO o quanto é errado ser materialista assim, o quanto gostaríamos de abusar e viver o nosso "grande amor", e fazer coisas que valham realmente à pena ... etc e tal ... pois, falar é fácil..., né não, Sherazade?)

Henrique Krause Amorim disse...

Minha cara "amiga"...
Concordo com você quando diz que falar é fácil, mas, eu realmente acredito que as pessoas deveriam ser um pouco mais humanas e sensíveis as outras, mais risonhas e bem menos críticas.
Em meu quase "meio século" de vida não fiz, disse ou realizei tudo que queria mas, vou continuar tentando, pois eu continuarei fazendo valer à pena, clichê ou não.
Mas é tudo uma questão de ponto de vista não é mesmo?

Anônimo disse...

Caro Henrique,
Desculpe a amolação.
A postagem era enderaçada ao Thom.

Mas, em todo caso, uma pergunta:
Meu "ponto de vista" pareceu discordar de você? Ou da opinião do Jabor?
Ou foi só o termo clichê que incomodou?
Se sim, perdão!

Abraço,
De uma "faminta"

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