quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Acabada a eleição, como ficará a Educação???

Acompanhei atentamente o final do segundo turno das eleições presidenciais. Não preciso voltar a comentar o que todo mundo disse e escreveu sobre o processo, pois pouco se debateu propostas concretas, girando o debate em torno de questões religiosas e éticas.
A educação não foi tema central da eleição, infelizmente. Mesmo que os candidatos tenham falado sobre o problema, mas pouco se avançou sobre propostas de como reverter a péssima qualidade ou de como o governo federal irá contribuir com os estados e municípios a incluir milhões de crianças e jovens na escola.

No primeiro turno votei em Marina Silva, candidata do PV, que apresentou um programa direto e coerente, mesmo que em alguns pontos deste tenham faltado às necessárias mediações com a correlação de forças concreta do nosso país e a conscientização da política ecológica como uma forma de contribuição para diversas temáticas que preocupam a nossa sociedade nesta primeira década do século XXI.

No segundo turno votei em Serra. Foi um voto crítico, por que as duas candidaturas são muito semelhantes em termos econômicos. Porém, a manutenção do governo Petista no poder seria desastrosa para o desenvolvimento do País, não concordo que uma política assistencialista seja o “Carro chefe” de uma gestão, os resultados, em longo prazo, serão catastróficos. Basta ver o caos na saúde pública e as imensas lacunas na educação pública.

Mas venceu Dilma e, portanto, entrará em vigor a proposta dela para a educação. E qual é essa proposta? Procurei ler com atenção o documento de 13 pontos programáticos divulgado no final do segundo turno. A educação é o item de número 7 (Cabalístico, não?).

Reproduzo abaixo o seu teor. Na introdução, obviamente a então candidata destacava que o houve um avanço na política educacional do atual governo, coisa que contesto, as vamos ao que foi publicado:

“O investimento, na educação, duplicou em termos reais no governo Lula-Dilma em relação ao período FHC-Serra”. “O Fundeb, a criação do piso salarial nacional e os programas de qualificação de docentes foram fundamentais para iniciar mudanças na educação dos Estados e dos municípios”.

E o texto que diz respeito à educação é o seguinte:

“7. Garantir educação para a igualdade social, a cidadania e o desenvolvimento. Será garantido aos brasileiros – especialmente aos jovens – acesso a uma escola de qualidade, que combine ensino e capacitação para o trabalho. O governo Dilma expandirá e melhorará o ensino público e cuidará da educação da pré-escola à pós-graduação. Nas suas atribuições específicas, dará continuidade à ampliação e à qualificação da educação superior. Mais universidades públicas, mais campi e extensões universitárias garantirão a ampliação das matrículas. Mais verbas para estimular as pesquisas e fortalecimento da pós-graduação, que será expandida a todas as regiões do país. A experiência do ProUni será potencializada, permitindo a mais estudantes de baixa renda ingressarem na universidade. O projeto de construção das Instituições Federais de Educação Tecnológica (IFETs) será ampliado. As cidades pólo ou com mais de 50 mil habitantes possuirão, pelo menos, uma escola técnica. O piso nacional para professores e os programas nacionais de capacitação de docentes permitirão a cooperação da União com estados e municípios para alcançar padrões educacionais de qualidade em todos os níveis. O Governo Federal assumirá a responsabilidade da criação de 6 mil creches e pré-escolas e de 10 mil quadras esportivas cobertas. Será estabelecida uma articulação entre políticas educacionais, de esporte e cultura. Uma ampla mobilização – envolvendo poderes públicos e sociedade civil – terá como objetivo a erradicação do analfabetismo”.

A então candidata Dilma Rousseff também assinou uma Carta Compromisso escrita por diversas entidades da sociedade civil e que foi capitaneada pela Campanha Nacional de Educação,

No domingo à noite, no seu primeiro discurso após a vitória, a Presidente eleita Dilma Rousseff citou três vezes a educação. Ela disse o seguinte:

“Me comprometi nesta campanha com a qualificação da Educação e dos Serviços de Saúde”.

“A visão moderna do desenvolvimento econômico é aquela que valoriza o trabalhador e sua família, o cidadão e sua comunidade, oferecendo acesso a educação e saúde de qualidade”.

“União pela educação, união pelo desenvolvimento, união pelo país”.

O discurso é praxe de quem faz uma analise superficial (Políticos em geral), não apresentou nenhuma ação prática, nenhum projeto significativo que deixe a sociedade ciente de qual o rumo que a educação, nesse próximo governo, irá tomar. A educação brasileira passa por um período muito grave, em todos os seus setores, falta formação de mão de obra qualificada, nossas pesquisas estão em estado de letargia e nossas Instituições de Ensino Superior estão cada vez mais sucateadas e fora de seus objetivos fins.

O que podemos esperar? Sinceramente, não sei, se levarmos em conta o que foi realizado nesses oito anos de governo Lula, a situação é muito critica. Não existe um projeto de educação a médio e longo prazo. Educação não se faz apenas construindo escolas, educação é muito mais do que isso, é muito mais do que discurso vazio e sem proposta clara.

Mas é apenas uma divagação, vamos ver se na prática, o governo Dilma consegue, de fato, avançar nesse tema. Essa é minha esperança, essa é a minha cobrança!!!

2 comentários:

Luiz Andrioli disse...

Estou esperançoso quanto ao PT na educação, em especial, no que diz respeito ao ensino técnico. Vamos ficar de olho!
Boa análise!

Thomaz Campos disse...

Luiz...

Esperanças, todas, mas minha preocupação está justamente no ensino de formação e na maneira com a qual a educação foi tratada...

Mas, fico com vc, vamos ter esperanças!!!

Grato por acompanhar o Blog...

Ah...seus manuscritos estão sob a analise de Dislene Freitas, eu já os devorei...vc é muito bom!!!

Abração!!!

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