O governo interino de Michel Temer que tomou posse ontem trouxe alguma alterações ministeriais, tanto de nomes, com de quantidade e incorporações de pastas, Dentre estas incorporações, destaco aqui a extinção do Ministério da Cultura e sua incorporação ao Ministério da Educação que causou uma enorme discussão nos meios culturais e artísticos do País.
Não quero aqui fazer uma defesa do governo e nem falar sobre economia de gastos ou algo assim. Quero falar sobre um tema que parece em pauta, mas que ainda não é muito bem entendido por grande parte da sociedade: O que é Cultura?
Pois bem, vamos lá: Antigamente a Cultura era uma busca de objetivos superiores à simples sobrevivência material. Essa definição pode ser estudada na Grécia antiga e em alguns povos indígenas das Américas (Falando isso do Ocidente). Porém hoje em dia o que é chamado de "Cultura" é a criação ilimitada de novos "apetites" materiais que se multiplicam a toda hora e que impedem que a sociedade de vislumbram novas ambições.
Senão vejamos, todos os debates ditos "culturais" da atualidade se desenvolvem em torno de assuntos ligados à vida corporal e à busca de bens de ordem material. De um lado, os interesses econômicos: Os capitalistas clamam que o único bem é a riqueza e os socialistas contrapõem alegando que o único mal é a pobreza. De outro prisma, são ambições de ordem sexual elevadas até um certo grau de delírio: Após o direito dos homossexuais, se proclama ao absurdo do direito á pedofilia, e por ai vai. O crescimento das necessidades e das insatisfações materiais não tem limite, uma vez que se tenha optado por essa direção.
O mais tragicamente irônico de tudo isso é que a tradição da chamada Cultura "politicamente engajada", que já foi um enorme instrumento de libertação, acabou se tornando um instrumento de escravização: Ela acabou tornando os homens escravos de suas insatisfações menores, de modo que não consigam olhar para o alto e buscar uma vida e uma sociedade mais elevadas. hoje é preciso que cada um só pense naquilo que o incomoda de modo imediato, seja um desejo sexual insatisfeito, seja da fumaça do cigarro que o perturba, seja a falta de dinheiro ou o ódio irracional contra aqueles que ele imagina mas felizes.
Sou da opinião de que as pessoas que se prendem a esse tipo de coisas permanecem eternamente como imaturas, sem jamais conseguir adquirir uma maturidade que significa renúncia, perdão, generosidade, tolerância, respeito. A Cultura acabou se tornando uma forma de "Infantilização Universal".Não consigo enxergar uma definição de Cultura que se adeque por igual a isso e àquilo que antes se chamava por esse nome. Não se trata nem de especies do mesmo gênero, portanto toda a filosofia da Cultura etá condenada a se tornar história das culturas antigas ou da legitimação ideológica desse novo instrumento que, de Cultura, só tem em comum a nomenclatura.
Dai eu volto à pergunta que dá título para este post: "O fim do Ministério é o fim da Cultura?" Tirem suas conclusões.
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