quarta-feira, 1 de novembro de 2017

A mente de um Terrorista I

Após acordamos hoje com a notícia de mais um atentado terrorista em Nova York (o primeiro com vítimas após o 11 de setembro) um questionamento me veio à cabeça e resolvi compartilhar com os amigos aqui do Blog: 

O que passa na mente de um terrorista suicida? (lembrando que o terrorista de hoje não morreu, ele foi baleado e se encontra em um hospital).

Essa é uma questão extremamente delicada, que envolve uma gama de fatores que vão muito além do mero diletantismo intelectual ou de uma investigação policial comum. É um processo de analise mais detalhado e complexo e que buscarei abordar aqui através de uma série de textos que começarão com este aqui e seguirá pelos demais que irei produzir.

Em primeiro lugar, vamos analisar o que motivaria alguém a sacrificar a própria vida para espalhar o medo e o terror nos demais, quais seriam esses motivos tão fortes que fariam um sujeito com comportamento aparentemente normal, chegar em um extremo tão grande. Muitas podem ser essas causas, por exemplo: Expulsão de estrangeiros de um determinado País, provocar mudanças políticas, retaliação ou vingança, ganhar uma projeção midiática internacional, preservação de território, questões étnicas, aspectos culturais e religiosos.

Independente de qual seja a causa que o terrorista utilize, ele é impulsionada pela crença de que a vitória desta causa deve ser conseguida a qualquer custo Os terroristas, em nome da religião, costumam justificar a violência como uma forma de autodefesa ou para vingar as comunidades religiosas a que pertencem.  

"Eles acreditam que existe uma diferença entre o certo e errado, mas também que se fizerem alguma coisa em nome da causa, ela será justificada, mesmo que seja errada", argumenta Rona Fields, uma psicóloga americana que tem estudado terroristas por mais de 30 anos. Yoram Schweitzer, do Instituto Internacional para Contenção do Terrorismo, argumenta que a religião não é inocente, mas ela não provoca violência por qualquer razão. Ele diz: "Isso só acontece devido a um conjunto peculiar de circunstâncias sejam elas políticas, sociais e ideológicas".

Estas circunstâncias abrem o caminho para formas de violência ilimitada através da racionalização em nome de um bem comum (no caso da religião..."Em nome de Deus"). Assim, até mesmo as ações mais depravadas acabam sendo justificadas por uma causa supostamente digna e humana. 

Com argumentos irracionais, ilógicos e absurdos para a maioria de nós, o ser humano é capaz de justificar quase tudo. Hitler, que usou o terror como uma tática política, mostrou ao mundo que os fins justificam os meios, com seu objetivo de "salvar " a raça ariana através do extermínio dos imperfeitos e dos politicamente inconformados. 

Nos dias hoje, os terroristas operam de forma bem semelhante.

Engana-se que pensa que o perfil de um terrorista se assimila com a de um psicopata ou de um bandido, como se acredita. Normalmente ele é um ser humano como qualquer outro, com princípios morais e religiosos. 

O médico psiquiatra de origem muçulmana Dr. Eyad Sarraj acrescenta que os terroristas islâmicos são "geralmente pessoas tímidas, introvertidas e não violentas, de uma forma geral". 

Então a pergunta a seguir é: Por que estes indivíduos estariam dispostos a se juntar a um grupo terrorista? 

O Dr. Jarrold Post, da George Washington University, e ex-chefe da Central Intelligence Agency's Center for Analysis of Personality and Political Behavior in Terrorism, acha que a principal razão é de natureza social. Como acontece com todos os seres humanos, ele necessita pertencer a um grupo que o aprove, e encontrar seu lugar dentro dele. 

A missão do terrorista agora se torna um objetivo novo e valioso em sua vida, seguindo os ditames de seu novo grupo social. Seguindo este novo caminho, eles encontram um senso renovado para suas vidas e se sentem importantes e comprometidos. Eles sentem que se tornarão heróis, que seus parentes e colegas irão chorar de emoção em razão de sua coragem absoluta em morrer por uma causa. 

Eles irão desaparecer, mas estão convictos agora que deixarão suas marcas em algum lugar, tornando-se o orgulho de todos aqueles que não morreram. Conseguem compreender o tamanho do "problema"? Não se tem como prever qual pessoa ou grupos de pessoas são terroristas em potencial a não ser que você possa realizar alguns exames com a pessoa, mas para isso acontecer, é necessário que se identifique um "suspeito", mas como fazê-lo? 

(segue)


Nenhum comentário:

Uma vez Flamengo...por que não os outros

Entramos em uma semana importantíssima para o futuro do futebol brasileiro. E não falo apenas por ser mais uma decisão de Libertadores (...