quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Fato concreto

Em uma sessão cercada de expectativas e com direito até a "torcidas organizadas", o Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu, por unanimidade, um parecer reprovando as contas da presidente Dilma Rousseff, referentes ao ano de 2014. A histórica decisão (acredito que somente em 1937 houve algo parecido com o então presidente Getúlio Vargas), mostrou uma série de irregularidades cometidas pelo governo, dentre as mas faladas estão as "pedaladas fiscais", e que acarretaram um rombo de quase 106 bilhões de reais nos cofres públicos.

Por 8 votos a zero, os ministros do TCU entenderam que o governo cometeu irregularidades nas contas federais, melhorando de forma artificial o orçamento do ano passado, com o intuito, principalmente, de evitar cortes de gastos em ano eleitoral (cortes estes que se tornaram inevitáveis em 2015 e que acabaram gerando uma "bolha" econômica, tornando a crise na economia tão grande que não víamos desde a época pré-plano Real.

Em seu parecer, o relator do processo, Ministro Augusto Nardes, advertiu para o fato de que somadas todas as operações irregulares do governo, "melhoraram" as contas públicas em 2014 em cerca de 106 bilhões de reais, o relator ainda criticou o governo da presidente Dilma de falta de transparência e que as ações do governo caracterizaram um cenário de "desgovernança fiscal".

A questão agora que está passando pela minha cabeça é a seguinte: E os membros da oposição que ainda resistiam em apoiar o processo de impeachment contra a presidente Dilma, alegando não existir nenhum "fato concreto" que levasse o congresso a abrir um processo real de cassação de mandato? O que o TCU sugeriu e mais, com um cabedal de dados investigados, é o suficiente para a existência do tal "fato concreto"? Ou esses setores da oposição ainda ficarão na defensiva, esperando para ver os rumos da "maré"?

Confesso aos amigos leitores deste blog que não enxergo na atual oposição parlamentar da presidente Dilma, com raras e honrosas exceções obviamente, disposição e vontade política capaz de ir para o embate direto contra o governo, exigindo a sua destituição do cargo da presidente, por uma enormidade de irregularidades cometidas, não somente em 2014, mas durante todo o seu mandato (nem entro aqui no mérito das irregularidades da gestão Lula, isso cabe um outro processo e uma outra analise), vou ater-me apenas ao que o TCU encaminhou ontem. 

A maioria da oposição está mais interessada em manter a chamada "governabilidade" (uma grande idiotice, visto que, com o atual governo, o País está ingovernável)e  cuidar de seus interesses em vez de se preocupar com os destinos, cada vez mais sombrios, do Brasil, não basta tirar a presidente do cargo, é necessário que haja uma devassa sobre todas as irregularidades que vem sendo praticadas pelo grupo político que se encontra no poder nos últimos 13 anos (!) e tirar, de quem for considerado culpado, a legitimidade política para exercer qualquer função pública, bem como atividades acadêmicas e de formação de opinião.

A prisão, seja ela em regime aberto ou fechado, é pouco para os crimes contra a nação que estão sendo praticados durante a Era PT, é necessário que a punição para os culpados (repito, para aqueles que forem julgados e condenados) é o banimento da vida pública, pois a influência que esse grupo tem na sociedade brasileira é maior do que as celas de uma prisão, por mais de "segurança máxima" que seja, o Brasil precisa acordar e tomar novamente as rédeas de seu destino e não mais ficar à mercê de qualquer que seja o grupo político que somente tenha interesses escusos.

Espero, apesar de desconfiar demais que não tenham, que os membros da oposição parem de se acovardar e partam para defender o direito deste País de voltar a ser grande e não mais ficar sob tutela de um grupo que deixa de ser político, para se tornar criminosos, o País precisa de discussões maiores, sair da estagnação, enxugar a máquina, qualificar sua gestão, abrir o seu mercado para acordos comerciais que representem os interesses reais do país e não somente de um grupo de relações internacionais, capitaneados pela China.

Oxalá que o primeiro "fato concreto", sirva para acordar a oposição!



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