Como os amigos leitores do blog já sabem, sou católico por formação e de alguns anos pra cá, tenho buscado estudar bastante sobre a doutrina da Igreja e sua filosofia, e os leitores também já perceberam que eu não realizo e nem participo de nenhuma polêmica pública sobre assuntos internos da Santa Madre Igreja, procuro travar esse tipo de discussão e debate com pessoas que são católicas e que se interessam pelos assuntos e crescimento da Igreja e não em sua destruição, detalhe, falo de assuntos internos e não sobre os temas gerais e que são as opiniões da Igreja.
Alguns podem se perguntar o Por que de agir dessa forma: Eu aprendi, dentro da própria Igreja, que assuntos que dizem respeito à instituição, devem ser tratados no âmbito da própria Instituição e depois que todas as divergências forem debatidas e se chegar em uma decisão, essa decisão deve ser defendida por todos os membros da Igreja (até aqueles que antes discordavam dessa posição, mas que foram "vencidos"no debate interno), essa postura vem sendo usada por centenas de anos pela Igreja e a mantém como a mais sólida Instituição humana há cerca de 2.000 anos.
Mas porque eu estou tocando neste assunto aqui no Blog? Todos sabem que o Brasil passa por uma grave crise sócio/política/econômica sem precedentes na sua história, o governo federal está sem comando (a presidente e seu partido não possuem legitimidade para governar) e as instituições políticas estão postas em cheque pela sociedade, e esse é um momento fundamental para quem deseja conquistar espaço estar unido, em uma postura de oposição e com um discurso e uma prática coesa em busca dessa conquista.
E foi com muito espanto e incredulidade que acompanhei essa semana, aqui em Porto Alegre, um evento capitaneado pela ex-governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius, se intitulando "Movimento PSDB Democrático" e que, pelo que pude apurar, alega "irregularidades" e "falta de legitimidade" por parte da atual direção estadual Tucana e com ataques diretos ao deputado Nelson Marchezan Jr (presidente estadual do PSDB/RS), o tal evento contou com a presença de um grupo pequeno de filiados, além de políticos de outras legendas (algo impensável em uma Instituição política), esse movimento foi feito em um ato público, articulado e que demonstra claramente a intenção do grupo em ir para um confronto interno.
Ora, se os idealizadores desse grupo se preocupassem um pouco em estudar política, teriam percebido que esse tipo de ação em nada beneficia o Partido, pelo contrário, apenas expõem para a sociedade a dificuldade deste grupo em aceitar as decisões internas de seu próprio Partido, e isso não agrega, muito pelo contrário. Assuntos internos devem ser tratados de forma interna ou "Roupa suja se lava em casa", o PSDB hoje é o principal partido de oposição ao governo do PT, tem todas as condições políticas (se souber ocupar os espaços) de ser a alternativa mais viável para 2018, não pode se dar ao "luxo" de ter o que se acostumou a chamar de "Fogo Amigo",
Aqui no Rio Grande do Sul não é diferente. O Partido começa a se reorganizar, teve a vitória de seu candidato Aécio Neves nas eleições passadas e está construindo candidaturas municipais fortes e competitivas para o ano que vem na capital e nas principais cidades do Estado (façanha que, mesmo já tendo elegido 3 vices governadores e 1 governadora, jamais conseguira antes no Rio Grande do Sul) e com o desgaste do PT e do PMDB no Estado, possui amplas condições de se firmar como a maior força política aqui, dos Pampas. Mas para que isso aconteça, é preciso que o Partido seja coeso, e unido. Com um discurso coerente com a realidade e unívoco para a sociedade; e não se enfraquecendo e desgastando com disputas internas que apenas expõem e enfraquecem a legenda.
Espero que os "líderes" deste Movimento tenham um minimo de bom senso e percebam o equívoco que estão cometendo e deixem para discutir e definir os assuntos internos do Partido, dentro do Partido e não como uma peça de "Comédia Bufa".
Em tempo, sou filiado ao PSDB desde 1992 e desde 2010 não milito de forma orgânica na legenda, mas, após convite de amigos queridos aqui do Rio Grande, resolvi voltar à militância.
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