A última pesquisa do IBOPE veio confirmar o que o Datafolha já havia preconizado semana passada, o crescimento de Marina Silva/PSB está devidamente consolidado, não existe mais nenhuma dúvida (mesmo que alguns petistas mais fanáticos ainda possam crer) de que teremos segundo turno nas eleições presidenciais deste ano, e que esse segundo turno será entre a presidente Dilma/PT e a candidata do PSB. E isso não deixa de ser muito bom para a política brasileira, pois termina com a polarização tucano/petista e coloca na disputa uma política que, mesmo ainda não se definindo claramente, já desponta como a via que faltava na política nacional.
Minha intenção neste blog é a de analisar o que vejo, os cenários montados, não tenho a pretensão de interferir no julgamento de ninguém e tampouco fazer campanha eleitoral. Mas vejo uma série de dificuldades para a atual presidente se manter no cargo por mais 4 anos e explico o por que: A campanha de Dilma foi toda preparada e articulada para o enfrentamento com o tucanato de Aécio e como tal, tudo foi jogado no sentido de comparar a "Era Lula" com a "Era FHC" (comparação esta puramente eleitoral, pois não se pode fazer comparações históricas utilizando-se de fatos isolados, sem analisar o contexto de cada um desses fatos) e nesse cenário ainda havia a presença de Eduardo Campos/PSB, um ex-aliado que buscava conquistar espaço político visando 2018.
Com a morte de Campos surgiu um fato diferente na campanha, o que já chamei aqui de "Imponderável", que foi justamente a unção de Marina à qualidade de cabeça de chapa (trazendo com ela o cadáver de Eduardo sim, é verdade) e a certeira escolha do vice na chapa, o deputado gaúcho Beto Albuquerque/PSB, um político com experiência de articulação no legislativo e que tem excelente transito em setores que Marina possui dificuldades em transitar, o que fortaleceu bastante as articulações de bastidores com importantes segmentos da sociedade brasileira.
A mudança de tom da campanha de Dilma foi o primeiro e mais forte sinal de que minha analise tem eco dentro do comando de campanha petista. Ao buscar desqualificar Marina, fazendo comparações inclusive com Collor, aliado do Planalto, os estrategistas de Dilma deixaram claro que o norte da campanha foi alterado, o adversário é outro e esse adversário trás consigo uma série de características que dificultam o embate direto. Marina está longe de ser a personificação das manifestações de junho passado, quando o Palácio do Planalto foi sacudido com uma série de manifestações populares que não tinham um rosto definido, mas que bradava o discurso da mudança. Talvez Marina não seja essa mudança, talvez ela seja apenas uma peça nova em um jogo já antigo, mas o certo é que, entre a dúvida com o que pode ser um governo Marina e a certeza que já conhece de um governo Dilma, uma enorme parcela da sociedade vai preferir apostar na professora seringueira.
Insisto, não tenho vocação para "pitonisa" ou como profeta, mas o cenário hoje é muito mais favorável à Marina do que a Dilma e isso independe da presidente continuar na frente no primeiro turno. O cenário nebuloso para o Planalto é justamente o fato da eleição caminhar para o segundo turno, onde o leque de alianças que Marina pode conseguir é, de longe, maior do que a da presidente Dilma e isso é fator determinante para um sucesso ou fracasso na segunda fase do processo eleitoral.
Tudo pode mudar de hoje para amanhã, outros "imponderáveis" podem acontecer, mas se tudo continuar seguindo esse caminho que as duas pesquisas de opinião sinalizaram, teremos um fato inédito na política brasileira: Duas mulheres no segundo turno da eleição presidencial e mais, a possibilidade de uma mulher substituir a outra na presidência da Republica. Vejo isso como muito salutar para a política brasileira e como um avanço para o processo de amadurecimento político da sociedade. Minha aposta de quem governará o País nos próximos 4 anos? Resposta direta e fácil: Uma mulher!!!
Vamos esperar para ver!!!
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