quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Vale Tudo

Como os meus ilustres leitores sabem, eu tenho como hábito assistir aos programas eleitorais gratuitos na TV. Minha ação, que beira a insanidade intelectual, sempre foi motivada pela minha paixão por política desde os meus 13 anos, quando participei da criação do Grêmio Estudantil da escola em que estudava. Como estava dizendo, assisto aos programas eleitorais e me chamou bastante a atenção, o programa da presidente e candidata à reeleição Dila Roussef/PT. Em seu programa da semana passada, a equipe de campanha da presidente resolveu partir para o chamado "Vale Tudo", um verdadeiro "Terrorismo" voltado contra a candidata Marina Silva/PSB (Que surpreendeu à todos na última pesquisa de intenção de votos, já empatando com a presidente).

O programa petista levou ao ar imagens que associam uma possível vitória de Marina, como sendo a incerteza de uma aventura e não como algo pensado com a razão. Essa guinada nos rumos do programa de Dilma é fruto daquilo que eu já havia comentado aqui, a morte de Eduardo Campos, aliada ao "cansaço" que o eleitor vem demonstrado com a alternância PT/PSDB no poder, fez de Marina um "imponderável" dentro dessa disputa, o que forçou os marqueteiros da presidente a reverem seus conceitos e suas estratégias.

Ao comparar Marina com Jânio Quadros e Collor (Collor este que é aliado do governo, diga-se de passagem), a campanha de Dilma demonstra claramente que foi pega totalmente de surpresa com o crescimento de Marina e que o pragmatismo fala mais alto que qualquer outra coisa, quando se fala em manter o poder a todo custo. Na campanha de 2011 a atriz Regina Duarte apareceu no programa do então candidato à presidência José Serra/PSDB, falando que tinha "medo" do que poderia vir a ser um eventual governo Lula/PT (Então postulante ao cargo na disputa com o tucano). A estratégia acabou se tornando um "tiro no pé", pois os petistas usaram isso como mote para lançar a vitória campanha que tinha como principal mote: "A Esperança vencerá o medo".

Pois bem chegou o momento, 13 anos depois, de sabermos quem vencerá o atual "medo" que toma conta do alto comando petista, continuaremos a ver o programa da presidente atacando diretamente a campanha de Marina? Essa estratégia surtirá efeito? Essa nova polarização é benéfica para o PT? Somente as urnas poderão responder estas questões, o certo é que, após 12 anos de poder, o PT se vê pela primeira vez, na iminência de sair do comando do País e isso, pelo que estou vendo, o partido se encontra longe de estar preparado.


2 comentários:

Marco Campos disse...

Certamente que um dos exercícios mentais mais difíceis atualmente é entender as estrátegias do marketing político-eleitoral. Às vezes nem tanto por suas fecunda capacidade criativa e muito mais por sua obstinada tendência à cretinice.

Atacar Marina como se ela fosse uma ameaça em potêncial não é digno, original nem tampouco sábio. Transparece, cristalino como água , a intenção de estigmatizá-la, denegrí-la e difamá-la por todos os meios. Sendo que alguns desses meios fedem!

Possivelmente é uma estratégia pouco ou nada profícua a dos marqueteiros da campanha do governo. A tática do medo já se mostrou inócua e até mesmo contraproducente no passado relativamente recente do cenário político nacional.

Difícil entender porque profissionais da política e em especial do marketing político-eleitoral optaram por um caminho tão infeliz. Com todos os seus defeitos, o governo Dilma tem realizações a apresentar. Diminuição das desigualdades econômicas e sociais é seu maior e mais inegável e legítimo trunfo.
Se o lema: “a esperança venceu o medo” prevalecer nessa eleição, muito provavelmente os que apostaram no “medo” perceberão o real sentido da frase que ajudaram a cunhar

Thomaz Campos disse...

Marco...

Com certeza é esse o maior dilema dos marqueteiros da Dilma!!!

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