Em um País democrático, a morte de um presidente causa bem pouca alteração no processo de transição política. Basta seguir as leis estabelecidas pela constituição do País. Mas a Venezuela está longe de ser um País democrático, sua constituição foi imposta por Chávez com a força do exercito e com o apelo de programas assistencialistas direcionados aos mais miseráveis. Mesmo assim, Nícolas Maduro terá que passar por cima da tal constituição bolivariana, pois Chávez não chegou a tomar posse, portanto, diz a tal constituição, que devem ser convocadas novas eleições.
Chávez foi um caudilho, um líder personalista e populista, que usou da máquina do exército para se manter no poder (Chávez foi eleito democraticamente em 1998, porém, ao assumir o poder se valeu de sua influência no exército para dar um golpe e permanecer no poder). Maduro não tem o mesmo carisma de Chávez. Existem divisões internas dentro do grupo chavista. E a oposição já mostrou que, unida, pode conseguir derrubar o grupo bolivariano. Por outro lado, Maduro terá um cadáver como cabo eleitoral, poderá usar a agonia do comandante para buscar se manter no poder e levar adiante a chamada Revolução Bolivariana (insisto, seja lá o que isso queira dizer). Somente os próximos movimentos políticos poderão dar o tom do que pode acontecer com a Venezuela, um País que teve conquistas na educação e na saúde, mas que vive exclusivamente da riqueza do petróleo, com uma inflação altíssima, com uma violência interna enorme e que precisa voltar a ser um País democrático, de liberdade de expressão, de imprensa livre e que consiga reerguer a sua economia.
Desejo o que for melhor para o povo venezuelano, que ele seja soberano para decidir qual o melhor caminho que deva seguir e que sejam respeitadas as regras constitucionais (mesmo que impostas por Chávez) e que não venham usar um cadáver como escudo para a manutenção no poder.
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