"A Anarquia é Ordem".
Essa frase que pode parecer uma contradição, mas é isso que significa o simbolo anarquista (A letra "A", entrelaçada com a letra "O") e representa uma das correntes de pensamento e doutrina política que ouço muita gente falando e pouca gente entendendo do que se trata. E por este motivo resolvi escrever algo à respeito (já fiz isso aqui neste espaço, mas já tem muito tempo e minha visão pode ter se alterado durante esse período. A palavra "anarquia" vem do grego, prefixo "an" (ou "a"), significando "não", "que não quer", "a ausência de", ou "a falta de", mais "archos", significando "um governo", "diretor", "chefe", "pessoa em um cargo", ou "autoridade".
Ou, como resumiu Piort Kropotki, Anarquia vem de palavras gregas significando "contrario à autoridade".
Ou, como resumiu Piort Kropotki, Anarquia vem de palavras gregas significando "contrario à autoridade".
Mas o que vem a ser o tal "Anarquismo"? O Anarquismo é o conjunto de doutrinas que preconiza a organização de uma sociedade sem nenhuma forma de autoridade imposta. Considera o Estado uma força coercitiva que impede os indivíduos de usufruir liberdade plena. A concepção moderna de anarquismo nasce com as revoluções Industrial e Francesa. Em fins do século XVIII, William Godwin (1756-1836) desenvolve o pensamento anárquico na obra "Enquiry Concerning Political Justice" (algo como: "Perguntas sobre justiça política", em uma tradução livre)
Durante o século XIX do século passado surgem duas correntes principais da teoria e da prática anarquista, e que procurarei resumir a seguir:
A primeira corrente, encabeçada pelo francês Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865), afirma que a sociedade deve estruturar sua produção e seu consumo em pequenas associações baseadas no auxílio mútuo entre as pessoas. Segundo essa teoria, as mudanças sociais são feitas com base na fraternidade e na cooperação. Experiências como esta foram realizadas inclusive aqui no Brasil, em algumas comunidades no interior do Paraná e de Santa Catarina.
Outra corrente importante é a do russo Mikhail Bakúnin (1814-1876) é um dos principais pensadores sobre o anarquismo. Essa corrente é também chamada de "coletivismo". Essa corrente defende, entre outras coisas, a utilização de meios mais violentos nos processos de transformação da sociedade e propõe a revolução universal sustentada pelo campesinato. Afirma que as reformas só podem ocorrer depois que o sistema social existente for destruído. Os trabalhadores espanhóis e italianos são bastante influenciados por Bakúnin, mas o movimento anarquista nesses países é esmagado pelo surgimento do fascismo.
O russo Piort Kropótkin (1842-1876) utiliza o pensamento da corrente de Bakunin e introduz uma tesse mais focada em uma junção entre o anarquismo e o comunismo que cada vez mais ganha força entre os pensadores europeus da época. Sua tese é conhecida como "anarco-comunismo" e se fundamenta na abolição de todas as formas de governo em favor de uma sociedade comunista regulada pela ajuda mútua e cooperação, em vez de instituições governamentais.
Enquanto movimento social, o anarquismo não sobrevive à II Guerra Mundial. Pois a consolidação do poder da URSS de Stalin, desarticula completamente a estrutura do movimento, que acaba se tornando algo quase "esquecido" nos movimentos de trabalhadores e campesinos. Voltando a ser "moda" entre os jovens da década de 60, que pregavam a "liberdade" e a cultura do "Paz e amor".
Claro que escrevi aqui muito ressumidamente sobre o Anarquismo, mas quem tiver interesse em saber mais sobre o tema, sugiro ler os principais teóricos do movimento (citados aqui: Proudhon, Bakunin, Kropotkin) e procurar entender um pouco mais obre o movimento, antes de sair por ai pregando o "contra" ou a "favor", sem saber do que de fato se trata o movimento anarquista.
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